São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007

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Festival pacifista tem Seu Jorge e Michael Franti

Parque Burle Marx recebe o Power to the Peaceful

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

A julgar por sua proposta, a primeira edição brasileira do festival Power to the Peaceful, que acontece hoje em São Paulo, é uma atualização do "flower power" hippie.
O evento, sediado no parque Burle Marx (Morumbi), terá sessão coletiva de ioga, exposição de trabalhos de organizações não-governamentais, feira de produtos orgânicos, atividades para crianças e debates.
Terá também uma série de shows de artistas ligados a causas sociais -como o Afroreggae e Seu Jorge- encabeçada pelo norte-americano Michael Franti, o organizador do Power to the Peaceful (poder aos pacíficos), que pela primeira vez acontece fora dos EUA.
A Folha falou com Franti -que lidera a banda Spearhead, com um som de tonalidade reggaeira- por telefone, ontem, enquanto ele caminhava pelo local do evento e se impressionava com o visual.
"O ambiente é incrível, o parque é cheio de árvores, vai ser um festival fantástico. E vamos também tocar na periferia, as pessoas estão unidas pelo ideal da paz", disse o músico, referindo-se ao show gratuito que fará amanhã no Capão Redondo, região da zona sul que ficou conhecida pela violência.
Franti -que, na noite anterior, havia estado em um centro de candomblé- não é iniciante em termos de Brasil.
Em agosto passado, ele visitou o país e passou um bom tempo na favela de Vigário Geral (de onde veio o Afroreggae, no Rio) e no Capão Redondo, conhecendo projetos sociais.

Conexão Iraque - Capão
Ele tampouco é iniciante em termos de contato com a violência: já se apresentou nas ruas do Iraque, de Israel e da Palestina, para vítimas dos ataques e guerras da região.
"Quando vou às favelas aqui, encontro um tipo similar de energia nas pessoas, a diferença é que a violência não é política como no Iraque, é social. Mas a dor é a mesma."
Franti se disse impressionado com o trabalho de grupos sociais que conheceu no Brasil.
"O que vi nas favelas não foi apenas dor e destruição, mas beleza e inúmeras pessoas dedicadas a construir uma vida melhor, especialmente para os jovens e crianças."
O músico explica que a origem do "Power to the Peaceful", em 1999, estava ligada ao movimento pela libertação de Mumia Abu-Jamal, o ex-Pantera Negra que está no corredor da morte há anos, pelo suposto assassinato de um policial.
A partir do 11 de Setembro, no entanto, a proposta "ganhou uma nova dimensão, mudamos o foco para um chamado à paz".


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