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Crítica
Eastwood resiste aos malefícios da indústria
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
De vez em quando alguém
até brinca, dizendo que eu gosto de tudo o que Clint Eastwood filma. Não é bem assim.
Nem tudo. Mas quase tudo.
Porque entre certos diretores (Clint, mas não só) e outros
existe não a distância que vai de
um filme "bom" a um menos
"bom". Existe, sim, um vale a
ser transposto.
Eastwood é um dos raros diretores que resiste à atividade
daninha da indústria cultural
sobre o cinema sem por isso ser
afastado dessa indústria. Essa
integridade vai dos filmes
"bons" aos menos "bons". É o
que falta a, digamos, Ridley
Scott. O que ele fizer de melhor
será sempre um produto a mais
-às vezes bom. O que Clint fizer será, antes, acrescentar um
novo fragmento a uma obra por
vezes desigual, mas quase sempre íntegra.
Basta ver "Bronco Billy"
(Cinemax Prime, 23h; classificação indicativa não informada): nesta nostálgica evocação
do Oeste não se evita uma
amargura sequer para vender
mais bilhetes. É onde está toda
a diferença.
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