MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Pegue o "Manual Não Escrito de Como Emplacar um Hit nas Rádios", memorizado por boa parte dos donos de gravadoras. Está lá: uma canção radiofônica
1) não pode ultrapassar 3min30s; 2) tem que ter um refrão perceptível antes de bater 1min30.
OK. Agora, jogue esses dogmas fora quando falar de "Bohemian Rhapsody", do Queen. Aos 30 anos, a composição de Freddie Mercury, um dos mais indiscutíveis sucessos planetários, ganha vida -de novo.
É a vez da edição digitalmente remasterizada de "A Night at the Opera". Um pacote duplo que tem maior limpidez no som (embora o ouvinte médio nem preste tanta atenção a isso) e um disco com clipes para cada música -até as que não tinham clipes.
É a cereja do bolo de um pacote que o segundo semestre reservou aos fãs ardorosos da banda. Afinal, recentemente a parte viva da banda (o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor) se reuniram para fazer shows com o vocalista Paul Rodgers, ex-Free -a joint-venture pariu CD e DVD.
Além disso, chega às livrarias "Freddie Mercury por Jim Hutton" (ed. Lira), primeira biografia em português do astro morto em 1991 em decorrência da Aids.
Escrita pelo namorado que presenciou os últimos cinco anos de Mercury, o livro vem preencher uma lacuna bastante vista nos livros sobre rock.
"Estava procurando um material sobre Freddie Mercury para publicar, e os pesquisadores Henrique e Liane Seligman, que têm um vasto material sobre a banda, me sugeriram este", diz Elaine de Almeida Gomes, responsável pela tradução e pela edição.
Pouco recomendável a mentes conservadoras, o livro vai fundo no "gay way of life" do músico. "É um livro forte, mas é importante, e o próprio Jim me ajudou muito na publicação", diz Gomes.