São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2009

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Comentário

Sutil colhe influências e se reinventa

NAIEF HADDAD
EDITOR-ADJUNTO DA ILUSTRADA

Muito jovens em Curitiba, Felipe Hirsch e Guilherme Weber liam Dalton Trevisan, J.D. Salinger, John Fante, Will Eisner. Nas noites frias da capital paranaense, ouviam Bob Dylan, Smiths, REM, Nirvana e viam filmes de Bergman. A partir da criação da Sutil, em 1993, tudo isso virou teatro.
Símbolos da cultura contemporânea -muitas vezes pop, mas nem sempre- pontuam a trajetória de 23 peças da companhia. Entretanto, a música, a literatura, os quadrinhos e o cinema sempre estiveram a serviço da encenação, nunca foram um fim em si, o que ajuda a explicar o sucesso do grupo.
A partir da projeção nacional conquistada com "A Vida É Cheia de Som e Fúria" (2000), a Sutil passou a chamar a atenção para suas narrativas da memória -dramaturgia em que passado e presente se sobrepõem, em geral com a presença de um narrador.
Essa base se manteve nas peças seguintes, como "Nostalgia" (2001), mas ganhou novos matizes, principalmente a partir da excelente "Os Solitários" (2002), que tinha Marco Nanini e Marieta Severo como atores convidados. Sem amarras, o grupo soube se reinventar a cada espetáculo -à delirante e fragmentada "Educação Sentimental do Vampiro" (2007), seguiu-se "Não sobre o Amor" (2008), peça de câmara tristíssima.
E assim a Sutil chega à adolescência, inquieta e sem medo do vento gelado.


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