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Comentário
Sutil colhe influências e se reinventa
NAIEF HADDAD
EDITOR-ADJUNTO DA ILUSTRADA
Muito jovens em Curitiba, Felipe Hirsch e Guilherme Weber liam Dalton Trevisan, J.D. Salinger, John Fante, Will Eisner. Nas noites frias da capital paranaense, ouviam
Bob Dylan, Smiths, REM,
Nirvana e viam filmes
de Bergman. A partir da
criação da Sutil, em 1993,
tudo isso virou teatro.
Símbolos da cultura
contemporânea -muitas
vezes pop, mas nem sempre- pontuam a trajetória
de 23 peças da companhia.
Entretanto, a música, a
literatura, os quadrinhos e
o cinema sempre estiveram a serviço da encenação, nunca foram um fim
em si, o que ajuda a explicar o sucesso do grupo.
A partir da projeção nacional conquistada com "A
Vida É Cheia de Som e Fúria" (2000), a Sutil passou
a chamar a atenção para
suas narrativas da memória -dramaturgia em que
passado e presente se sobrepõem, em geral com a
presença de um narrador.
Essa base se manteve
nas peças seguintes, como
"Nostalgia" (2001), mas
ganhou novos matizes,
principalmente a partir da
excelente "Os Solitários"
(2002), que tinha Marco
Nanini e Marieta Severo
como atores convidados.
Sem amarras, o grupo soube se reinventar a cada espetáculo -à delirante e
fragmentada "Educação
Sentimental do Vampiro"
(2007), seguiu-se "Não sobre o Amor" (2008), peça
de câmara tristíssima.
E assim a Sutil chega
à adolescência, inquieta
e sem medo do vento
gelado.
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