São Paulo, segunda, 2 de fevereiro de 1998

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FASHION MART
Moda ajuda no milagre do marketing

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

A imagem de Bono Vox com a camisa justa ao corpo que estiliza a musculatura humana é das mais manjadas da temporada -tanto que já perdeu seu impacto. Mas ao menos é um look.
Com ele, Bono encarna sua persona de astro pop e se apresenta para seu público, com um roupão (também estilizado) de boxeador. O conceito provém do estilo da marca W< (Wild and Lethal Trash), expert em misturas inusitadas e sempre transgressoras.
Bono inicia o show, portanto, como uma espécie de super-homem, ou supra-homem, explodindo e desafiando, protegido por seus óculos vermelhos.
A primeira troca significativa é a t-shirt vermelha de manga curta, também justa ao corpo, sob um casaco militar, depois amarrado à cintura, usado com a mesma calça preta justa -verdadeiro clássico do rock. Mesmo com uma estratégica faixa preta lateral, a blusa não lhe é tão favorável, revelando uma barriga bem abaulada.
O segmento inaugurado pelo hit "Discothéque" mostra os integrantes da banda surgindo com as previsíveis, mas sempre simpáticas, camisas da seleção brasileira -com seus nomes nas costas.
Mas aqui Bono traz uma boa idéia: veste também um terno de um material de efeito holográfico, semelhante a bolhas de plástico que reflete toda a luz do palco.
Depois, assume o preto e tira os óculos para descer à Terra e cantar "With or without You" no colo da fã, feito criança. E bingo! O milagre do marketing, sob a égide da moda, se faz novamente.
Estilo mesmo fica com The Edge. Seus coletes e chapéus -em branco ou preto- são o retrato do cool. Planejado, claro, como tudo ali. Mas quem falou em espontaneidade com o U2?



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