São Paulo, quinta-feira, 02 de março de 2006

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"Ano 2" resolve alguns mistérios e traz novos

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Para uma parte dos fãs da série-coqueluche "Lost", vem a grande notícia: a angústia da espera acabou, e a aguardada segunda temporada estréia na próxima segunda, após cruéis seis meses do fim do primeiro ano. Sim, porque aqui no Brasil há três grupos de fãs do seriado enigmático, uma espécie anos 00 de "Arquivo X" encenado numa ilha paradisíaca.
O primeiro time de atormentados pelos mistérios de "Lost" é esse atingido direto pela boa-nova acima, que vê a série na TV paga e volta a acompanhar a história dos sobreviventes de um acidente aéreo que, pelo que passam na ilha onde estão perdidos, talvez preferissem ter morrido no desastre.
O segundo grupo é o dos que vêem o seriado na Globo, e não têm nem a menor noção do que vai acontecer com o menino Walt, o que tem naquela escotilha emperrada no solo da ilha e por que TUDO tem a ver com os malditos números 4, 8, 15, 16, 23 e 42.
A terceira brigada de fãs, essa não teve que esperar a janela de seis meses entre a primeira e segunda temporadas imposta pelo AXN. Nem sofrem ao sabor dos horários e da dublagem da Globo. São viciados no seriado, baixado da internet horas depois que ele é visto nos EUA, pegam a legenda em português do site Lost Brasil e vêem a série como um americano.
Agora, no entanto, é a hora e a vez do primeiro grupo.
A segunda temporada de "Lost", com o mote "Eles não são os sobreviventes que eles achavam que eram", foi ao ar nos EUA em setembro do ano passado, com uma audiência de 23,5 milhões de pessoas. Todo esse barulho porque todo mundo queria desesperadamente saber por que na ilha tropical tem urso polar, os sobreviventes ouvem vozes do além, há um grupo de pessoas chamado "Os Outros", e que o bunker científico era... Ops! Este texto está indo longe demais.
A segunda temporada de "Lost" traz um núcleo de novos personagens, que na trama estaria na parte detrás do avião e conseguiu sobreviver à queda da nave, quando essa partiu no meio ainda no ar.
O seriado, filmado no Havaí, está fazendo a fama estelar do ator Matthew Fox, que era o irmão mais velho de "O Quinteto" ("Party of Five") e depois sumiu da tela, até aparecer como o médico galã que seria o mocinho perfeito de "Lost", não fosse seu passado sombrio. Comenta-se que chovem papéis grandes em Hollywood para Fox, que só aceita conversar quando "Lost" acabar.
Quem foi do nada absoluto ao estrelato é a atriz canadense Evangeline Lilly, a fora-da-lei Kate Austen, que vive uma tensão romântica com Jack. Em pouco tempo, Lilly foi de um comercial de namoros por telefone ao papel feminino principal de "Lost". E já disputa quem vai encarnar a superprodução "Mulher Maravilha" no cinema, em 2007.
"Lost" é mesmo uma febre. No Orkut, várias comunidades discutem teorias que podem explicar a série. Há grande procura por DVDs piratas com episódios baixados da internet.
E antes que este texto possa estragar qualquer surpresa da segunda temporada, para qualquer grupo de fãs de "Lost", é bom pará-lo por aqui. Mas não se engane: uns mistérios serão solucionados, outros aparecerão. E quem já viu até o 14º episódio da segunda temporada diz: o "Lost" do título, mais do que os sobreviventes, continuará sendo o telespectador.


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