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"Ano 2" resolve alguns mistérios e traz novos
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Para uma parte dos fãs da série-coqueluche "Lost", vem a grande
notícia: a angústia da espera acabou, e a aguardada segunda temporada estréia na próxima segunda, após cruéis seis meses do fim
do primeiro ano. Sim, porque
aqui no Brasil há três grupos de
fãs do seriado enigmático, uma
espécie anos 00 de "Arquivo X"
encenado numa ilha paradisíaca.
O primeiro time de atormentados pelos mistérios de "Lost" é esse atingido direto pela boa-nova
acima, que vê a série na TV paga e
volta a acompanhar a história dos
sobreviventes de um acidente aéreo que, pelo que passam na ilha
onde estão perdidos, talvez preferissem ter morrido no desastre.
O segundo grupo é o dos que
vêem o seriado na Globo, e não
têm nem a menor noção do que
vai acontecer com o menino Walt,
o que tem naquela escotilha emperrada no solo da ilha e por que
TUDO tem a ver com os malditos
números 4, 8, 15, 16, 23 e 42.
A terceira brigada de fãs, essa
não teve que esperar a janela de
seis meses entre a primeira e segunda temporadas imposta pelo
AXN. Nem sofrem ao sabor dos
horários e da dublagem da Globo.
São viciados no seriado, baixado
da internet horas depois que ele é
visto nos EUA, pegam a legenda
em português do site Lost Brasil e
vêem a série como um americano.
Agora, no entanto, é a hora e a
vez do primeiro grupo.
A segunda temporada de
"Lost", com o mote "Eles não são
os sobreviventes que eles achavam que eram", foi ao ar nos EUA
em setembro do ano passado,
com uma audiência de 23,5 milhões de pessoas. Todo esse barulho porque todo mundo queria
desesperadamente saber por que
na ilha tropical tem urso polar, os
sobreviventes ouvem vozes do
além, há um grupo de pessoas
chamado "Os Outros", e que o
bunker científico era... Ops! Este
texto está indo longe demais.
A segunda temporada de "Lost"
traz um núcleo de novos personagens, que na trama estaria na parte detrás do avião e conseguiu sobreviver à queda da nave, quando
essa partiu no meio ainda no ar.
O seriado, filmado no Havaí, está fazendo a fama estelar do ator
Matthew Fox, que era o irmão
mais velho de "O Quinteto"
("Party of Five") e depois sumiu
da tela, até aparecer como o médico galã que seria o mocinho perfeito de "Lost", não fosse seu passado sombrio. Comenta-se que
chovem papéis grandes em Hollywood para Fox, que só aceita conversar quando "Lost" acabar.
Quem foi do nada absoluto ao
estrelato é a atriz canadense Evangeline Lilly, a fora-da-lei Kate
Austen, que vive uma tensão romântica com Jack. Em pouco
tempo, Lilly foi de um comercial
de namoros por telefone ao papel
feminino principal de "Lost". E já
disputa quem vai encarnar a superprodução "Mulher Maravilha" no cinema, em 2007.
"Lost" é mesmo uma febre. No
Orkut, várias comunidades discutem teorias que podem explicar a
série. Há grande procura por
DVDs piratas com episódios baixados da internet.
E antes que este texto possa estragar qualquer surpresa da segunda temporada, para qualquer
grupo de fãs de "Lost", é bom pará-lo por aqui. Mas não se engane:
uns mistérios serão solucionados,
outros aparecerão. E quem já viu
até o 14º episódio da segunda
temporada diz: o "Lost" do título,
mais do que os sobreviventes,
continuará sendo o telespectador.
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