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Prisioneiras conduzem série mexicana
"Capadócia", produção do HBO que se passa em presídio feminino "high-tech", conta histórias baseadas em fatos reais
Sexo e violência permeiam
produção latina; time de
diretores, que inclui Carlos
Carrera, de "Crime do Padre
Amaro", nega teor apelativo
CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL
Aparentemente determinada a diferenciar séries latinas
de norte-americanas, o HBO
lança hoje, às 22h, a megaprodução mexicana "Capadócia",
sobre um presídio feminino (ao
menos na ficção, as mulheres
ficam em celas sem homens)
privatizado, feito para o lucro.
Elementos comuns a diversas séries estão aqui: violência,
mulheres sem blusa, sexo, traição, romance. Mas o presídio,
com seus motins, líderes e injustiças, é carregado de peculiaridades latinas e traz histórias
baseadas em fatos reais.
Roteiristas, produtores e diretores estudaram prisões e casos de encarceradas -como o
da freira que recheava rosários
de cocaína- nos três anos de
preparação da série, que o HBO
classifica como "o projeto mais
ambicioso" de seu braço latino
-com quatro produções, o grupo faz sua estréia no México.
Entre os diretores envolvidos, destaca-se Carlos Carrera,
de "O Crime do Padre Amaro",
que dividiu os 13 episódios com
Pedro Pablo Ybarra e Javier Patrón. "Fizemos certos acordos,
mas cada um conservou a sua
linguagem e absoluta liberdade
narrativa", afirma Ybarra.
Combinaram, por exemplo,
como retratar as locações mais
comuns, caso do presídio Capadócia -construído sob uma
arena de touros, 30 metros
abaixo da terra- e da casa de
Teresa Lagos (Dolores Heredia), líder humanitária das prisioneiras. De resto, as personagens nas quais a série é focada
variam a cada episódio.
Quanto às inúmeras cenas de
sexo e às belas prisioneiras,
Ybarra nega tratar-se de apelo
proposital à audiência masculina. ""Capadócia" não foi escrita
nem filmada com esse objetivo.
Há sexo porque na vida há sexo,
nas prisões de mulheres há lesbianismo. Não é gratuito."
CAPADÓCIA
Quando: estréia hoje, às 22h
Onde: HBO
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