São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Crítica

Thriller de Fritz Lang observa mistério humano

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É uma das mais fortes fantasias femininas: quem é o estranho com quem estou saindo (ou com quem casei)? Ela surge do fato de que, em princípio, estamos numa cultura exogâmica em que a mulher circula. Além do que, a mulher é quase sempre mais fraca, fisicamente, sujeita a inúmeros tipos de violência. Pior: no fundo, ninguém conhece ninguém. Todo humano é um mistério.
É em torno disso, em linhas gerais, que Fritz Lang fez esse thriller verdadeiramente terrível que é "O Segredo da Porta Fechada" (TC Cult, 20h10; não recomendado a menores de 12 anos). Pois em princípio existe o impulso, que leva Joan Bennett aos braços de Michael Redgrave. Impulso, amor, confiança ou que nome tenha isso, apresenta-se como uma evidência. Não há o que fazer, exceto entregar-se.
É depois, aos poucos, que Lang muda o clima e onde havia evidência descem as trevas do mistério. E essa mudança poucos sabem fazer direito: Hitchcock, Lang ou, hoje, Chabrol.


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