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Ator ensina biologia e é apresentador de TV
free-lance para a Folha
O velho Harpagão tem um admirador: mestre Jacques, o cocheiro
interpretado por Eduardo Silva,
34. "Enquanto todos odeiam o patrão dele, ele o admira", diz Silva
sobre seu personagem.
Segundo o ator, o lado cômico
de Jacques está em sua ingenuidade quase infantil.
Silva também é professor de biologia em um curso preparatório
para vestibular e não concorda
que todo professor de cursinho tenha de ser "palhaço" nas aulas.
"Eu dou uma aula engraçada
porque sou engraçado. Os alunos
gostam ou não do professor independentemente de ele ser ator",
explica.
Entre as aulas e as atuações no
teatro, Silva apresenta o programa
"Axé, Se Liga Brasil", na Rede
Bandeirantes, um programa de
variedades, em que todos os apresentadores são negros, que vai ao
ar aos sábados, às 12h .
Silva começou sua carreira de
ator há 20 anos e, pela atuação na
peça "A Comédia dos Erros", ganhou os prêmios Shell, Molière e
da APCA (Associação Paulista de
Críticos de Arte).
Nas palavras de Cacá Rosset, "ele
é o novo Grande Otelo, e ninguém
está acreditando".
Mas Silva acha que as comparações não são interessantes. "Eu
gosto e ao mesmo tempo não gosto. Por um lado é bom porque te
dá um mérito", afirma Silva.
E esclarece: "Quando eu era pequeno, meu apelido era Pelezinho,
porque sou negro. Se o ator é
branco, ninguém diz: "Olha, esse é
o futuro Paulo Gracindo'. É um tipo de referência", diz.
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