São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2000


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LIVROS LANÇAMENTO
Livro ensina mais uma utilidade de Bombril

Reprodução
O ator Carlos Moreno como João Gilberto, parodiando foto de João Wainer, fotógrafo da Folha


BARBARA GANCIA
Colunista da Folha


E quando você acha que já conhece de cor as 1.001 utilidades da marca Bombril, eis que surge mais uma: dignificar a prateleira da sua biblioteca.
Está sendo lançado hoje, às 11h, na Associação Projeto Aprendiz (projeto para crianças carentes que receberá toda a renda do livro), em São Paulo, "Soy Contra -Capas de Revista", livro que comemora os 1.001 anúncios da marca de produtos de limpeza.
Em 1978, a Argentina conquistava a Copa do Mundo e Donna Summer fazia o mundo rebolar nas recém-criadas discotecas. No cinema, John Travolta provocava suspiros com o musical "Grease", e Woody Allen, outro queridinho da mulherada, tentava mostrar em "Interiores" que também sabia ser Ingmar Bergman.
No Brasil, Marco Nanini fazia furor com as mulheres na novela "Gabriela", como um professor tímido e desajeitado.
Naquele ano, inspirados em Woody Allen e no personagem de Nanini, Washington Olivetto, ainda fedendo a cueiros, e Francesc Petit, o P da DPZ, criaram um garoto-propaganda para o lava-louças Bril, um novo produto a ser lançado pela Bombril.
De lá para cá, o Brasil já ganhou outra Copa do Mundo, a discoteca Studio 54 virou filme de época e Woody Allen definitivamente não é mais aquele fofinho que as mulheres gostariam de levar para casa para dar banhinho.
O garoto da Bombril, por sua vez, virou menção no "Livro Guinness de Recordes" e continua a pontuar o cotidiano do brasileiro com o mesmo frescor dos tempos em que Maradona ainda confundia cocaína com tubaína.
Para você aí, que acaba de completar a maioridade e que nasceu e cresceu acompanhando as peripécias do carequinha de óculos, saiba que entre o garoto da Bombril e o ator que o interpreta existe uma gritante diferença de estilos.
Na vida real, Carlos Moreno é um sujeito compenetrado, de gestos elegantes, que não lembra em nada o trapalhão dos anúncios. E eu juro de pés juntos que o tom de azul de seus olhos dificilmente passa despercebido. E olha que o Woody Allen não faz nada o meu gênero.
O livro dos 1.001 anúncios funciona como uma espécie de máquina do tempo. Nele, você poderá se reencontrar com o candidato Enéas, com a Xuxa grávida, com o Itamar Franco dos animados bailes de Carnaval, com o Ronaldinho de antes da crise da Copa, com o Gil Gomes dos tempos áureos no SBT e com a Monica Lewinsky nos 15 minutos a que teve direito. Para fazer uma limpeza rápida na memória, nada como o livro dos 1.001 anúncios da Bombril. Taí, mais uma utilidade.


Livro: Soy Contra - Capas de Revista Organizador: Washington Olivetto Editora: Negócio Quanto: R$ 53 (171 págs.) Lançamento: hoje, às 11h, na Associação Projeto Aprendiz (r. Aspicuelta, 109, Vila Madalena, São Paulo, tel. 0/xx/11/813-7719)


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