São Paulo, quarta-feira, 02 de maio de 2001

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"S" busca movimentos espiralados

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O espetáculo "S" é um interlúdio na carreira de Claudia de Souza, coreógrafa paulistana que promove uma singular associação entre a capoeira e a técnica de dança moderna concebida pela americana Martha Graham.
Em vez de dançar com seu grupo completo -o Danças, formado em 1994-, Claudia desta vez sobe ao palco para interpretar, ao lado de Renée Gumiel, Cristiana de Souza e Ana Luiza Santoro, sua parceira na criação de "S", o resultado de uma pesquisa que busca reconhecer os movimentos espiralados do corpo humano, a partir da técnica de Graham.
"O espetáculo nasceu das improvisações sem música, que foram estimulando sensações específicas, as quais passamos a relacionar à natureza feminina", diz Claudia de Souza.
"A presença de Renée representa o corpo feminino experiente. Por ter fraturado o fêmur no passado, ela tem dificuldades para andar. Mas, à medida que se envolve com o movimento, Renée dança melhor do que anda. Além do mais, ela nos proporciona a experiência de contracenar verdadeiramente, e esse diálogo que estabelece em cena, ela estende inclusive à música."
Segundo Claudia, o "S" do título remete ao desenho espiral, cuja sinuosidade também influenciou a música de Danilo Tomic, que ele interpreta ao vivo.
Sempre em sintonia com a dança, Tomic trabalhou com o coreógrafo e professor Klauss Vianna, com o qual desenvolveu uma pesquisa sobre som e movimento.
Tomic já havia trabalhado também com Renée Gumiel quando se mudou para a Alemanha, onde estudou durante dois anos.
Em "S", Tomic utiliza tambores, piano e shakuhachi, a milenar flauta de bambu de origem japonesa. "Esse instrumento antigo realça as polaridades da trilha musical, que aproxima sonoridades remotas e contemporâneas. O tema de "S" é marcado por uma sinuosidade melódica, que se repete em vários formatos ao longo da obra, como um leitmotiv."
Tomic acrescenta que a interpretação da música é influenciada pelos movimentos de Renée Gumiel e das demais bailarinas. "A sintonia mútua intensifica a vitalidade do espetáculo." (AFP)



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