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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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REPERCUSSÃO

MARIA RITA KEHL, psicanalista

"Gostei dos dois, de maneiras diferentes. "Cidade de Deus" é mais amargo. Falam da "estética publicitária", e discordo. O ritmo tem relação com o da publicidade, mas não doura a pílula da realidade feia, suja e cruel da favela acuada pelo tráfico. "Carandiru", apesar das cenas horríveis do massacre, é bem mais benevolente, como é benevolente o belo livro de Drauzio. O paradoxo é interessante: o filme de Meirelles usa recursos de fotografia e edição mais sofisticados, mas nos inquieta muito mais do que o de Babenco, com seu realismo mais convencional (desde "Pixote" ou de "Lúcio Flávio...", ele filma assim). Não que não tenha gostado de "Carandiru", mas lamento que a representação da vida no presídio tenha sido tão contaminada pelo velho jeitinho cordial típico das relações de dominação no Brasil."

LAÍS BODANZKY, cineasta
"Os dois filmes são maravilhosos, marcos do cinema nacional. Em "Carandiru", Hector conseguiu se aproximar do tema sem cair no clichê, naquilo que imaginamos ser um presídio. E humanizou a todos. Mostrou que não existe o bem e o mal e que a história tem muitos lados. A dele foi contada com outro olhar. O trabalho dos atores também me impressionou muito."



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