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CINEMA
Documentário "Antártida Profunda", com imagens captadas por quatro mergulhadores, será exibido na Argentina
Longa mostra o que há sob águas antárticas
DENISE MOTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MONTEVIDÉU
De uma conversa de bar, surgiu
a pergunta: o que existe debaixo
da Antártida? Da questão, nasceu
o documentário "Antártida Profunda", com imagens feitas por
quatro mergulhadores na base Jubany, onde trabalham pesquisadores argentinos no continente. O
centro de pesquisa está localizado
na ilha Rei George, onde também
funciona a estação brasileira Comandante Ferraz, além de outras
bases científicas de Chile, Uruguai, Rússia, Polônia, China e Coréia do Sul.
"As primeiras incógnitas que
nos colocamos foram: o que há
sob o continente? É possível mergulhar ali? Depois, pesquisando
melhor, descobrimos que não
existiam documentários argentinos sobre a vida aquática da Antártida. Conversando com o pessoal da Direção Nacional do Antártico soubemos que, apesar de
serem feitos muitos trabalhos
científicos em Jubany, vários debaixo d'água, não havia registros
em imagens. Entre a vontade e o
desafio de mergulhar na Antártida e por querer mostrar tudo o
que se faz na base, decidimos embarcar nesse documentário. Foi
difícil, mas tivemos apoios de
muitas pessoas", afirma Silvana
Ercolano, diretora do projeto.
Com apoio governamental
-principalmente para transporte da equipe de filmagem, liberação de documentos e assessoramento científico-, da iniciativa
privada -que pagou os equipamentos e roupas necessários para
mergulho na região (com a água à
temperatura de dois graus negativos)- e capitaneado por uma
emissora argentina, o projeto levou quatro semanas para ser concluído, depois de seis meses de
preparação. A base Marambio,
também argentina, serviu como
hospedagem alternativa para os
realizadores, quando as condições climáticas de Jubany não
eram as mais propícias para as filmagens.
O documentário sobre o continente -um território que possui
98% de sua superfície recoberta
por geleiras e onde já se registrou
temperatura de 89,2 graus negativos, em 1983- será exibido em
duas partes na televisão argentina, nos dias 23 e 30 de abril. O
principal objetivo é mostrar as
imagens "ao resto do país, exibir a
vida que existe num ambiente tão
frio e hostil". Outra ambição dos
realizadores é, depois da exibição
na TV, viajar com o filme. "A Antártida é um imenso laboratório
natural, o único lugar virgem do
mundo, perfeito para estudar e
entender o planeta. E a base Jubany é ideal porque aí existem flora e fauna representativas de todo
o continente", diz Ercolano. "A
equipe irá a algumas escolas para
apresentá-lo aos alunos pessoalmente. Nosso sonho é ir a La
Quiaca, no extremo norte da Argentina, para que as crianças vejam o que está sendo feito na outra ponta do país."
Fora da Argentina, "Antártida
Profunda" está presente apenas
na internet (em www.buceo.com.ar/antartida.htm), na qual a
equipe escreveu um diário de bordo e publicou fotos da base e do
projeto.
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