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Crítica
Melancolia ilumina "Cidade dos Desiludidos"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É possível que "A Cidade
dos Desiludidos" (Turner
Classic Movies, 20h05) não seja tão bom quanto "Assim Estava Escrito", de 1952 -dez anos
antes. Mas Hollywood também
não era a mesma.
Em 1952, Vincente Minnelli
falava de um modo de produção no apogeu (ainda que já tivesse começado sua decadência). Em "A Cidade dos Desiludidos", temos um mundo envelhecido. E Hollywood já nem é
mais Hollywood: é Cinecittà,
onde passam a ir filmar com
freqüência os americanos, em
busca de menores custos -se
estou bem lembrado.
Ali, Kirk Douglas é um ator
com a carreira empacada e um
problema afetivo tamanho-família, em vista da separação.
Um diretor, Edward G. Robinson, o convida para filmar em
Roma. Só que a filmagem é
uma bagunça deprimente e,
para completar, lá estará ninguém menos que sua ex (Cyd
Charisse).
Filme melancólico, "A Cidade" é também um lindo documento sobre o crepúsculo do
cinema clássico.
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