São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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Depois de guerra, Canudos sofreu com alagamento

DA ENVIADA ESPECIAL A CANUDOS (BA)

Os moradores de Canudos não têm um pingo de dúvida: o governo ditatorial, ao dar início à construção do açude de Cocorobó, nos anos 50, escolheu um rio, o Vaza Barris, que acabaria por alagar a cidade.
Fato é que a água veio. E deixou submersa a cidade que, antes, fora dizimada pela guerra. "Canudos é uma sobrevivente. Os políticos nunca quiseram que a gente sobrevivesse, mas a gente está aqui", afirma Raimundo Teixeira, secretário de Cultura. Mas em Canudos velho, como passou a ser chamada a cidade coberta pelo açude, poucos restaram.
Cercadas pelas águas que, quando baixam, deixam a torre da velha igreja espiar o vilarejo, cerca de 50 famílias vivem em casebres espaçados. Isoladas, tiram da pesca o sustento. A comunicação com Canudos é feita por uma estrada de terra.
Em comum, as duas cidades têm os bodes com o ar manso a olhar quem passa e os cactos e o xiquexique prontos a dar um aspecto sertanejo ao verde que, neste mês de chuvas, colore a paisagem que Euclydes da Cunha só viu monocromática.

Confira galeria de fotos
www.folha.com.br/1011917


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