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Depois de guerra, Canudos sofreu com alagamento
DA ENVIADA ESPECIAL A CANUDOS (BA)
Os moradores de Canudos
não têm um pingo de dúvida: o
governo ditatorial, ao dar início
à construção do açude de Cocorobó, nos anos 50, escolheu um
rio, o Vaza Barris, que acabaria
por alagar a cidade.
Fato é que a água veio. E deixou submersa a cidade que, antes, fora dizimada pela guerra.
"Canudos é uma sobrevivente. Os políticos nunca quiseram
que a gente sobrevivesse, mas a
gente está aqui", afirma Raimundo Teixeira, secretário de
Cultura. Mas em Canudos velho, como passou a ser chamada a cidade coberta pelo açude,
poucos restaram.
Cercadas pelas águas que,
quando baixam, deixam a torre
da velha igreja espiar o vilarejo,
cerca de 50 famílias vivem em
casebres espaçados. Isoladas,
tiram da pesca o sustento. A comunicação com Canudos é feita por uma estrada de terra.
Em comum, as duas cidades
têm os bodes com o ar manso a
olhar quem passa e os cactos e o
xiquexique prontos a dar um
aspecto sertanejo ao verde que,
neste mês de chuvas, colore a
paisagem que Euclydes da Cunha só viu monocromática.
Confira galeria de fotos
www.folha.com.br/1011917
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