São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2011

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Companhia cria bótons capazes de tocar música

Com quedas nas vendas de discos, norte-americanos querem tornar álbuns objetos de desejo novamente

"Gadget" não pode ter conteúdo alterado, o que obriga o cliente a comprar todo álbum que queira ter no formato

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

No mês passado, a Mercury Records, maior gravadora do Reino Unido, anunciou que não lançaria mais singles -álbuns com, geralmente, duas faixas.
Nenhuma novidade. Quando o download se popularizou, no começo dos anos 2000, várias bandas descontinuaram o formato, entre elas, U2 e Radiohead. As vendas de discos estão em declínio há anos. Só no ano passado, houve queda de mais de 14%.
"A música nunca foi tão popular. As pessoas só não estão pagando por isso", alfinetou o empresário do U2, Paul McGuinness, em entrevista ao canal de televisão Sky News durante a visita ao Brasil no mês passado.
Mas uma invenção pode mudar o rumo da indústria fonográfica e fazer com que álbuns voltem a ser objetos de desejo. Pelo menos é o que acredita o empresário americano Nick Dangerfield.
Ele comandava uma gravadora independente no Japão, quando teve uma ideia. "Em Tóquio, todo mundo usa bótons gigantes na roupa. A ideia ficou muito clara para mim. Pensei: "num desses, cabe um CD inteiro"." Pronto. Estava criado o Playbutton.
Feito de aço inoxidável, o acessório -de pouco mais de 3 cm de diâmetro- armazena um álbum inteiro em memória flash.
Um alfinete de segurança na parte de trás permite que ele seja pendurado na roupa. Um bom jeito de mostrar aos amigos o que se está ouvindo, já que a imagem na frente é a capa do disco.
Para quem não quer perder a sensação de estar comprando um CD como nos "velhos tempos", há também um encarte com as letras das músicas. O "gadget" tem ainda controle de volume, bateria recarregável e três botões ("play", pra frente e pra trás).

EXCLUSIVIDADE
Ao contrário dos MP3 players e pen drives, o Playbutton não pode ter seu conteúdo alterado, o que obriga a pessoa a comprar todos os álbuns que queira ter naquele formato. Ponto para gravadoras e artistas.
Entre as bandas e músicos que já colocaram sua música nele estão Vampire Weekend, Björk, Karen O (Yeah Yeah Yeahs) e The xx.
Por enquanto, o produto só está a venda nas lojas "hypadas" Opening Ceremony, em Nova York e Los Angeles, Colette, em Paris, e Rough Trade, em Londres, e custa entre US$ 19 e US$ 25. Dangerfield tem planos de trazê-lo ao Brasil.
Veja nesta página outros dois lançamentos que a Folha separou para quem está cansado das formas convencionais de ouvir música.


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