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ARTES PLÁSTICAS
Em Curitiba, "Imagética" substitui Bienal da Gravura e da Fotografia
Imagem rompe fronteira de bienais
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil perde duas bienais e ganha uma mostra em novo formato com "Imagética", exposição
sobre a produção da imagem contemporânea nas áreas de gravura,
fotografia e artemídia.
Por decisão da Fundação Cultural de Curitiba, a já tradicional
Bienal de Gravura, que em 2000
realizou sua 13ª edição, e a Bienal
de Fotografia, que contou com
três versões, serão substituídas
por uma mostra de caráter mais
complexo. Para Cássio Chamecki,
presidente da Fundação Cultural,
"Imagética" é uma revisão de formato: "É uma evolução. A nova
nomenclatura absorve duas mostras que existiam na cidade e mais
arte e tecnologia, reunindo tudo
que existe entre elas". O evento,
segundo Chamecki, pode ganhar
periodicidade bienal.
"Imagética", que será inaugurada no dia 17 de outubro, tem coordenação de Ricardo Ribenboim,
artista e ex-diretor do Itaú Cultural, com uma tripla curadoria: Ricardo Resende, um dos responsáveis pelo Panorama, mostra bienal do Museu de Arte Moderna de
São Paulo, em 2001; Eduardo
Brandão, sócio da galeria Vermelho e editor de fotografia da Revista da Folha; e Ricardo Oliveros, ex-Itaú Cultural. "Nosso objetivo é respeitar o que já havia em
Curitiba e incorporar novas possibilidades da arte contemporânea, com foco em artistas-pesquisadores", diz Ribenboim.
Apesar do time de curadores ter
sido escolhido por áreas específicas -Resende pela gravura,
Brandão pela fotografia e Oliveros
pela artemídia-, as decisões da
inclusão de artistas é coletiva.
"Como queremos romper as
fronteiras das bienais que existiam em Curitiba, decidimos não
estabelecer fronteiras no grupo de
curadores", explica Resende.
Para Brandão, a seleção está levando em conta "o artista que trabalha também com fotografia e
não se restringe a ela. Faz sentido
a gente ter uma amostragem de
obras que são um produto híbrido e não se resumem no meio".
Um dos artistas que tomará
parte na mostra é o fotógrafo José
Oiticica Filho (1906-1964), pai do
artista Hélio Oiticica, por seu viés
com a ciência. "Nos anos 50, foi
um dos brasileiros que mais expuseram no exterior e é pouco conhecido no país", diz Brandão.
"Imagética" almeja uma grande
visibilidade na cidade, já que irá
ocorrer em sete locais da capital
paranaense, e faz parte do calendário de Curitiba como Capital
Americana de Cultura, uma iniciativa que ocorre desde 2000 e
que segue o modelo europeu de,
anualmente, reforçar a programação cultural de cidades.
Os sete locais da mostra, que ficará em cartaz até 18 de janeiro de
2004, são: Solar do Barão (Museu
de Gravura Cidade de Curitiba,
Museu da Fotografia Cidade de
Curitiba), Museu Metropolitano
de Arte, Memorial de Curitiba Casa Romário Martins, Museu de
Arte Sacra e Moinho Novo Rebouças, podendo ainda ter inserções em alguns outros espaços de
Curitiba.
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