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São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

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ARTES PLÁSTICAS

Em Curitiba, "Imagética" substitui Bienal da Gravura e da Fotografia

Imagem rompe fronteira de bienais

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil perde duas bienais e ganha uma mostra em novo formato com "Imagética", exposição sobre a produção da imagem contemporânea nas áreas de gravura, fotografia e artemídia.
Por decisão da Fundação Cultural de Curitiba, a já tradicional Bienal de Gravura, que em 2000 realizou sua 13ª edição, e a Bienal de Fotografia, que contou com três versões, serão substituídas por uma mostra de caráter mais complexo. Para Cássio Chamecki, presidente da Fundação Cultural, "Imagética" é uma revisão de formato: "É uma evolução. A nova nomenclatura absorve duas mostras que existiam na cidade e mais arte e tecnologia, reunindo tudo que existe entre elas". O evento, segundo Chamecki, pode ganhar periodicidade bienal.
"Imagética", que será inaugurada no dia 17 de outubro, tem coordenação de Ricardo Ribenboim, artista e ex-diretor do Itaú Cultural, com uma tripla curadoria: Ricardo Resende, um dos responsáveis pelo Panorama, mostra bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 2001; Eduardo Brandão, sócio da galeria Vermelho e editor de fotografia da Revista da Folha; e Ricardo Oliveros, ex-Itaú Cultural. "Nosso objetivo é respeitar o que já havia em Curitiba e incorporar novas possibilidades da arte contemporânea, com foco em artistas-pesquisadores", diz Ribenboim.
Apesar do time de curadores ter sido escolhido por áreas específicas -Resende pela gravura, Brandão pela fotografia e Oliveros pela artemídia-, as decisões da inclusão de artistas é coletiva. "Como queremos romper as fronteiras das bienais que existiam em Curitiba, decidimos não estabelecer fronteiras no grupo de curadores", explica Resende.
Para Brandão, a seleção está levando em conta "o artista que trabalha também com fotografia e não se restringe a ela. Faz sentido a gente ter uma amostragem de obras que são um produto híbrido e não se resumem no meio".
Um dos artistas que tomará parte na mostra é o fotógrafo José Oiticica Filho (1906-1964), pai do artista Hélio Oiticica, por seu viés com a ciência. "Nos anos 50, foi um dos brasileiros que mais expuseram no exterior e é pouco conhecido no país", diz Brandão.
"Imagética" almeja uma grande visibilidade na cidade, já que irá ocorrer em sete locais da capital paranaense, e faz parte do calendário de Curitiba como Capital Americana de Cultura, uma iniciativa que ocorre desde 2000 e que segue o modelo europeu de, anualmente, reforçar a programação cultural de cidades.
Os sete locais da mostra, que ficará em cartaz até 18 de janeiro de 2004, são: Solar do Barão (Museu de Gravura Cidade de Curitiba, Museu da Fotografia Cidade de Curitiba), Museu Metropolitano de Arte, Memorial de Curitiba Casa Romário Martins, Museu de Arte Sacra e Moinho Novo Rebouças, podendo ainda ter inserções em alguns outros espaços de Curitiba.


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