São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006 |
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Aberto hoje no Centro Cultural Telemar, evento reúne trabalhos de quatro décadas (1961-2000) de um dos mestres da videoarte Mostra no Rio exibe 41 vídeos de Nam June Paik DA SUCURSAL DO RIO
Morto em janeiro passado,
aos 74 anos, o coreano Nam June Paik é um dos grandes nomes da videoarte. A mostra que
será inaugurada hoje, no Centro Cultural Telemar, no Rio,
tem como objetivo investigar
se, para o mundo do audiovisual, ele tem tanta importância
quanto tem para o das artes
plásticas.
"Acho que a contribuição dele para a narrativa audiovisual é
imensa, ainda que não totalmente percebida. Essa narrativa fragmentada que vemos na
MTV, em clipes e comerciais,
está contida nas experiências
de Nam June Paik", avalia Nelson Hoineff, presidente do Instituto de Estudos de Televisão,
responsável pela mostra.
"Nam June Paik - Vídeos
1961 a 2000" reúne 41 trabalhos. Segundo Hoineff, é quase
a totalidade de seus vídeos, e
nunca uma só mostra exibiu
tantos. Há desde experiências
de poucos minutos até o longa
"Analogue Assemblage", de
2000, passando pelo famoso
"Global Groove" (1973), em que
comerciais da TV japonesa se
misturam a imagens de artistas
de vanguarda como John Cage,
Merce Cunningham e Allen
Ginsberg e ao rosto distorcido
do ex-presidente norte-americano Richard Nixon.
Os vídeos foram divididos
cronologicamente em três grupos, cada um em uma sala do
centro cultural, todos sendo
exibidos diariamente: os da década de 60 na sala vermelha; os
dos anos 70 na sala verde; e os
das duas últimas décadas na
azul.
"Elas formam um espaço integrado e circular. Em tese, seria possível ver todos os vídeos
em um só dia. Mas, como são
quase 13 horas, a pessoa pode
assistir aos poucos", explica
Hoineff.
Em muitos dos vídeos, Paik
dialoga com outras artes, como
o teatro ("Living with the Living Theatre"), a dança ("Merce by Merce by Paik"), a música
("Tribute to John Cage") e a literatura ("Allan'n'Allen's Complaint").
Paik estudou história da arte,
história da música e filosofia
em Tóquio, mas foi na Alemanha, nos anos 50, depois de conhecer os compositores Stockhausen e John Cage, que resolveu experimentar a arte eletrônica. "O futuro é agora", costumava dizer.
O evento no Rio não contará
com as famosas esculturas e
instalações feitas por Paik com
televisores e outros aparelhos
de vídeo. "A mostra não foi
montada por um viés de artes
plásticas, mas de vídeo", argumenta Hoineff.
NAM JUNE PAIK - VÍDEOS 1961-2000 Quando: de hoje a 30/7; de ter. a dom., das 11h às 20h Onde: Centro Cultural Telemar (rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo, Rio, 0/xx/21/ 3131-3060) Quanto: entrada franca Texto Anterior: Festival reúne oito países de língua portuguesa Próximo Texto: Dois filmes de destaque na Mostra Carioca Índice |
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