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Estilista Yves Saint Laurent morre aos 71
Causa não foi divulgada; ícone da moda francesa, ele abandonara as passarelas em 2002, após 45 anos de carreira
Ele sucedeu a Christian Dior em 1957 e revolucionou a maneira de se vestir das mulheres, criando, entre outras peças, o "Le Smoking"
Jacky Naegelen -27.mar.06/Reuters
| Yves Saint Laurent em uma de suas últimas aparições, em março deste ano |
Da REPORTAGEM LOCAL
Um dos mais importantes estilistas do século 20, Yves Saint
Laurent morreu ontem à noite
em Paris, aos 71 anos, segundo
nota da fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent.
A informação foi divulgada
por seu sócio e ex-namorado
Pierre Bergé, que disse à imprensa que Laurent estava
doente há algum tempo. Até o
fechamento desta edição, Bergé não havia divulgado detalhes
sobre a causa de sua morte ou a
enfermidade.
Yves Saint Laurent estava
longe das passarelas desde
2002, quando encerrou a carreira em grande estilo, com um
desfile no museu Centre Georges Pompidou, em Paris, onde
fez uma retrospectiva de seus
40 anos como estilista.
Nascido em 1º de agosto de
1936, em Oran, na Argélia, Laurent deixou sua casa aos 17 anos
para estudar na escola de alta-costura parisiense. Após ver alguns de seus desenhos, o diretor da revista "Vogue" Michel
de Brunhoff apresentou Laurent a Christian Dior, que imediatamente o contratou como
assistente.
Após a morte de Dior, em
1957, Laurent passou a ocupar
seu lugar e, em 1958, tornou-se
o garoto-prodígio da alta-costura, com a apresentação de sua
primeira coleção, a "Trapézio",
que pôs fim aos vestidos com a
cintura marcada.
Laurent ficou na maison
Dior até 1962, quando criou sua
própria marca, a logo célebre
YSL, em parceria com Bergé.
Durante os 45 anos que trabalhou como estilista, Laurent
foi um dos principais responsáveis pelas mudanças no jeito de
se vestir das mulheres modernas, criando calças para serem
usadas durante o dia e à noite,
jaquetas safári, trench-coats,
botas longas de salto alto e roupas transparentes. Sua peça
mais conhecida, no entanto, foi
a "Le Smoking", um smoking
criado para as mulheres e apresentado ao mundo pela primeira vez em 1966.
Nesse mesmo ano, com a
abertura de sua loja em Paris,
Laurent popularizou as roupas
prêt-à-porter, com a intenção
de democratizar a moda. Ele
também foi um dos primeiros a
colocar modelos negras nas
passarelas e, entre suas prediletas, estavam a anglo-irlandesa
Loulou de la Falaise, a brasileira filha de norte-americanos
Betty Catroux, a indonésia Talitha Pol-Getty -que morreu
de overdose de drogas em
1971- e a atriz francesa Catherine Deneuve, uma das beldades que participaram do último
desfile, em 2002.
"Participei da transformação
de minha era", disse Laurent na
ocasião. "Fiz roupas, que são
menos importantes do que a
música, a arquitetura, a pintura.... Mas seja lá qual for a importância, eu fiz isso."
Em 1983, o Metropolitan
Museum, de Nova York, apresentou uma retrospectiva do
trabalho de Laurent; ele também recebeu homenagens do
ex-presidente francês Jacques
Chirac, em 2001.
Após sua aposentadoria,
Laurent passou a viver em sua
casa no Marrocos. É considerado tão revolucionário quanto
os também franceses Coco
Chanel e Christian Dior.
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