São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2008

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Estilista Yves Saint Laurent morre aos 71

Causa não foi divulgada; ícone da moda francesa, ele abandonara as passarelas em 2002, após 45 anos de carreira

Ele sucedeu a Christian Dior em 1957 e revolucionou a maneira de se vestir das mulheres, criando, entre outras peças, o "Le Smoking"

Jacky Naegelen -27.mar.06/Reuters
Yves Saint Laurent em uma de suas últimas aparições, em março deste ano


Da REPORTAGEM LOCAL

Um dos mais importantes estilistas do século 20, Yves Saint Laurent morreu ontem à noite em Paris, aos 71 anos, segundo nota da fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent.
A informação foi divulgada por seu sócio e ex-namorado Pierre Bergé, que disse à imprensa que Laurent estava doente há algum tempo. Até o fechamento desta edição, Bergé não havia divulgado detalhes sobre a causa de sua morte ou a enfermidade.
Yves Saint Laurent estava longe das passarelas desde 2002, quando encerrou a carreira em grande estilo, com um desfile no museu Centre Georges Pompidou, em Paris, onde fez uma retrospectiva de seus 40 anos como estilista.
Nascido em 1º de agosto de 1936, em Oran, na Argélia, Laurent deixou sua casa aos 17 anos para estudar na escola de alta-costura parisiense. Após ver alguns de seus desenhos, o diretor da revista "Vogue" Michel de Brunhoff apresentou Laurent a Christian Dior, que imediatamente o contratou como assistente.
Após a morte de Dior, em 1957, Laurent passou a ocupar seu lugar e, em 1958, tornou-se o garoto-prodígio da alta-costura, com a apresentação de sua primeira coleção, a "Trapézio", que pôs fim aos vestidos com a cintura marcada.
Laurent ficou na maison Dior até 1962, quando criou sua própria marca, a logo célebre YSL, em parceria com Bergé.
Durante os 45 anos que trabalhou como estilista, Laurent foi um dos principais responsáveis pelas mudanças no jeito de se vestir das mulheres modernas, criando calças para serem usadas durante o dia e à noite, jaquetas safári, trench-coats, botas longas de salto alto e roupas transparentes. Sua peça mais conhecida, no entanto, foi a "Le Smoking", um smoking criado para as mulheres e apresentado ao mundo pela primeira vez em 1966.
Nesse mesmo ano, com a abertura de sua loja em Paris, Laurent popularizou as roupas prêt-à-porter, com a intenção de democratizar a moda. Ele também foi um dos primeiros a colocar modelos negras nas passarelas e, entre suas prediletas, estavam a anglo-irlandesa Loulou de la Falaise, a brasileira filha de norte-americanos Betty Catroux, a indonésia Talitha Pol-Getty -que morreu de overdose de drogas em 1971- e a atriz francesa Catherine Deneuve, uma das beldades que participaram do último desfile, em 2002.
"Participei da transformação de minha era", disse Laurent na ocasião. "Fiz roupas, que são menos importantes do que a música, a arquitetura, a pintura.... Mas seja lá qual for a importância, eu fiz isso."
Em 1983, o Metropolitan Museum, de Nova York, apresentou uma retrospectiva do trabalho de Laurent; ele também recebeu homenagens do ex-presidente francês Jacques Chirac, em 2001.
Após sua aposentadoria, Laurent passou a viver em sua casa no Marrocos. É considerado tão revolucionário quanto os também franceses Coco Chanel e Christian Dior.


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