JANAÍNA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, divulgou ontem a Carta de São Paulo, um documento oficial redigido a partir do primeiro encontro de ministros da Cultura durante o Fórum Cultural Mundial. Além de Gil, assinam o texto os ministros da Espanha e de Male e representantes ministeriais do México, da Argélia e da Austrália.
Segundo Gil, "o texto da carta reflete as preocupações gerais dos povos e países com todos os aspectos que se relacionam com a ampla discussão sobre cultura", passando pela dimensão econômica -uma das mais citadas durante todos os encontros políticos- e pela sua proteção como valor identitário de uma nação.
A carta apresenta dez pontos principais, entre eles o compromisso público de todos esses países em realizar políticas públicas que ampliem o acesso da população aos espaços, meios e produções culturais; a promoção de acordos de cooperação multilaterais entre os países; a defesa da cultura, de seus bens e serviços nos acordos de liberalização comercial em curso na organização mundial do comércio (OMC) e a organização do encontro mundial de ministros da cultura, antecedendo a Assembléia Geral da Unesco, em outubro de 2005.
Em resumo, a carta também se propôs a definir algumas diretrizes para um modelo misto de gestão da cultura internacional e será enviada aos demais países participantes do Fórum e financiadores mundias. Ela se antecede ao fim do Fórum e indica que haverá uma segunda edição em 2006.
Gil espera que o ano de 2004 seja "o ano da chegada da cultura na governança internacional".


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