São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007

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Crítica/música

Lucy and the Popsonics faz som alegre e descontraído

Dupla brasiliense estréia em álbum com oito faixas curtas embaladas por guitarra, baixo e bateria eletrônica

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Onde está Lucy?
Porque o nome da banda é Lucy and the Popsonics, e na madrugada da última sexta-feira, no palco do bar-clube CB, em São Paulo, vemos apenas um casal: a vocalista e baixista Fernanda Popsonic e Pil Popsonic, guitarrista.
Onde está Lucy?
Está ali, escondidinha em cima de um amplificador, no canto esquerdo do palco. Lucy é quem comanda a cadência das divertidas músicas da banda. Lucy é uma bateria eletrônica.
O pequeno equipamento metálico que emite as batidas programadas pela dupla só foi batizado tempos depois de fornecer religiosamente seus serviços. "O nome que demos à banda é nonsense, sem significado", conta Fernanda, 24. "Mas muita gente vinha perguntar: "Quem é Lucy? Quem é Lucy? Então eu e Pil decidimos ser os Popsonic, regidos pela Lucy."
Assim, Lucy tem o mesmo papel de outra bateria eletrônica muito conhecida: a Doktor Avalanche, integrante do lendário Sisters of Mercy.
Mas a música da brasiliense Lucy and the Popsonics não é tão sombria -é mais pop, ensolarada e descontraída. Até pelo fato de ter apenas dois integrantes (dois integrantes humanos, que fique bem claro), os riffs mais roqueiros lembram The Kills, enquanto o lado pop remete ao alemão Stereo Total.
"Foi a música "National 7", do Stereo Total, que nos motivou a montar a banda", diz Fernanda, namorada de Pil há oito anos.
Com apenas um ano e meio de vida, LATP acaba de lançar seu álbum de estréia, "A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas", pelo Monstro Discos.
Diferentemente de outras bandas, que tornam-se duo depois da perda de um ou dois músicos, a formação do LATP como dupla já saiu como decisão inicial e definitiva.
"Sabíamos fazer programações eletrônicas. Mas tive de aprender a cantar. Ainda não sei muito bem, vamos lá", brinca a vocalista. "Não queríamos depender de outras pessoas. É muito mais viável formar uma banda apenas com nós dois, que nos damos muito bem."

Curto e rápido
As músicas do LATP são curtas, a maioria com menos de três minutos, e de melodias rápidas. A bateria eletrônica marca o ritmo dançante, enquanto a guitarra de Pil é o apoio roqueiro. As letras brincam com situações adolescente (como em "Eu Quero Ser Seu Tamagochi") e com estereótipos ("Garota Rock Inglês").
O álbum tem oito canções -e os shows duram pouco mais de meia hora. "Em Brasília, ninguém faz shows acima de 30 minutos", diz Fernanda.
Desde 2006 a dupla vem participando de vários festivais independentes pelo país. No final do ano, fará uma turnê em Portugal. As músicas da banda chegaram naquele país via MySpace (www.myspace.com/lucyandthepopsonics), e são tocadas em festas e nas rádios.

A FÁBULA (OU A FARSA?) DE DOIS ELETROPANDAS


Artista: Lucy and the Popsonics
Lançamento: Monstro Discos
Quanto: R$ 15 (www.monstrodiscos.com.br)
Avaliação: bom



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