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Crítica/música
Lucy and the Popsonics faz som alegre e descontraído
Dupla brasiliense estréia em álbum
com oito faixas curtas embaladas por
guitarra, baixo e bateria eletrônica
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Onde está Lucy?
Porque o nome da banda é
Lucy and the Popsonics, e na
madrugada da última sexta-feira, no palco do bar-clube CB,
em São Paulo, vemos apenas
um casal: a vocalista e baixista
Fernanda Popsonic e Pil Popsonic, guitarrista.
Onde está Lucy?
Está ali, escondidinha em cima de um amplificador, no canto esquerdo do palco. Lucy é
quem comanda a cadência das
divertidas músicas da banda.
Lucy é uma bateria eletrônica.
O pequeno equipamento metálico que emite as batidas programadas pela dupla só foi batizado tempos depois de fornecer religiosamente seus serviços. "O nome que demos à banda é nonsense, sem significado", conta Fernanda, 24. "Mas
muita gente vinha perguntar:
"Quem é Lucy? Quem é Lucy?
Então eu e Pil decidimos ser os
Popsonic, regidos pela Lucy."
Assim, Lucy tem o mesmo
papel de outra bateria eletrônica muito conhecida: a Doktor
Avalanche, integrante do lendário Sisters of Mercy.
Mas a música da brasiliense
Lucy and the Popsonics não é
tão sombria -é mais pop, ensolarada e descontraída. Até pelo
fato de ter apenas dois integrantes (dois integrantes humanos, que fique bem claro), os
riffs mais roqueiros lembram
The Kills, enquanto o lado pop
remete ao alemão Stereo Total.
"Foi a música "National 7", do
Stereo Total, que nos motivou a
montar a banda", diz Fernanda,
namorada de Pil há oito anos.
Com apenas um ano e meio
de vida, LATP acaba de lançar
seu álbum de estréia, "A Fábula
(ou a Farsa?) de Dois Eletropandas", pelo Monstro Discos.
Diferentemente de outras
bandas, que tornam-se duo depois da perda de um ou dois
músicos, a formação do LATP
como dupla já saiu como decisão inicial e definitiva.
"Sabíamos fazer programações eletrônicas. Mas tive de
aprender a cantar. Ainda não
sei muito bem, vamos lá", brinca a vocalista. "Não queríamos
depender de outras pessoas. É
muito mais viável formar uma
banda apenas com nós dois,
que nos damos muito bem."
Curto e rápido
As músicas do LATP são curtas, a maioria com menos de
três minutos, e de melodias rápidas. A bateria eletrônica marca o ritmo dançante, enquanto
a guitarra de Pil é o apoio roqueiro. As letras brincam com
situações adolescente (como
em "Eu Quero Ser Seu Tamagochi") e com estereótipos ("Garota Rock Inglês").
O álbum tem oito canções -e
os shows duram pouco mais de
meia hora. "Em Brasília, ninguém faz shows acima de 30
minutos", diz Fernanda.
Desde 2006 a dupla vem participando de vários festivais independentes pelo país. No final
do ano, fará uma turnê em Portugal. As músicas da banda chegaram naquele país via MySpace (www.myspace.com/lucyandthepopsonics), e são tocadas em festas e nas rádios.
A FÁBULA (OU A FARSA?) DE
DOIS ELETROPANDAS
Artista: Lucy and the Popsonics
Lançamento: Monstro Discos
Quanto: R$ 15 (www.monstrodiscos.com.br)
Avaliação: bom
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