Documento apresentado ontem coloca amigo e advogado na administração dos bens de Michael Jackson

Riqueza, que pode chegar a US$ 1 bilhão, seria dividida entre a mãe do cantor e seus filhos, com doações a instituições de caridade

SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

Foi apresentado ontem à Justiça um testamento supostamente assinado por Michael Jackson em 2002, que estabelece um empresário e um advogado ligados a ele como inventariantes de todos os seus bens. Alguns relatos calculam esse espólio em US$ 1 bilhão, embora também fale-se em dívidas de US$ 400 milhões.
Trata-se de mais um capítulo na complicada novela que se transformou o pós-morte do artista, vítima de uma parada cardíaca na última quinta-feira.
Confirma ainda o desejo de Jackson de que a guarda de seus três filhos seja de sua mãe, Katherine, de 79 anos, e, no caso de seu impedimento, da cantora Diana Ross, 65. Declara ainda que estão deliberadamente omitidos do testamento sua ex-mulher, a enfermeira Debbie Rowe, e outros membros da família Jackson que não sua mãe e seus filhos.
O documento cita ainda a criação do Fundo da Família Michael Jackson, que reuniria todos os bens do músico, mas cujos detalhes não eram conhecidos até a conclusão dessa edição. Segundo relatos na imprensa local, no entanto, o fundo divide a riqueza de Jackson entre sua mãe e seus filhos, com doações a uma ou mais instituições de caridade; estariam contemplados alguns sobrinhos, mas excluídos o pai, Joseph, 80, e os oito irmãos.
O testamento de cinco páginas é assinado por Michael Joseph Jackson, nome completo do músico, e todos os seus oito itens trazem uma rubrica com suas iniciais. A execução do testamento e a administração do fundo são delegadas ao advogado John Branca e ao empresário John McClain -um terceiro indicado, Barry Siegel, se desobrigou logo depois.
Na segunda-feira, a mãe de Jackson havia entrado com ação para controle dos bens do filho, alegando que não havia testamento conhecido. No dia 6, um juiz decide quem cuida do quê. Outros detentores de testamentos de Jackson têm até 30 dias após a morte dele para se apresentar.
A menção de Diana Ross no documento não surpreendeu os mais próximos de Jackson. A cantora ajudou a lançar o grupo Jackson Five, nos anos 60, trabalhou com o músico na refilmagem do "Mágico de Oz", "The Wiz", de 1978, e se tornaria uma das figuras principais de sua vida. Quando soube da morte, disse: "Não consigo parar de chorar. Meu coração está partido. Estou orando pelos seus filhos e sua família".
Já John Branca trabalhou com ele de 1996 a 2006 e o ajudou a fechar a compra de parte do catálogo dos Beatles, a maior fonte de renda do músico. John McClain é amigo da família. Eles soltaram declaração tranquilizando Katherine quanto a seu papel como guardiã dos netos, mas ontem pediram que o juiz suspendesse o controle temporário de parte dos bens de Jackson que havia sido concedido a ela. A briga começa.


Texto Anterior: Festival: Mostra de surfe começa hoje com música e cinema
Próximo Texto: Músico bate recorde de downloads
Índice