|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEVISÃO
"Jornal do SBT" sucede "Aqui Agora"
da Reportagem Local
Não poderia ter sido mais anticlimático o retorno do SBT ao telejornalismo, com a estréia de uma
nova versão do "Jornal do SBT",
esta semana. A rede, que lançou
um modelo de telejornalismo brasileiro oposto ao da Rede Globo
quando levou Boris Casoy para a
TV, parecia querer voltar aos trilhos. Um âncora respeitável, mas
de grande empatia, Hermano
Henning, num programa de formato simples, mas eficiente.
O problema foi reservar, para a
estréia, a veiculação da hoje notória fita de vídeo com o estudante
que supostamente confessa o assassinato de outro estudante.
O telejornal tomou o cuidado de
não mostrar o rosto do jovem, alterando a imagem com o efeito "mosaico". Mas, no mesmo programa
de estréia, a fita foi levada à polícia,
que por sua vez, acompanhada só
do "Jornal do SBT", prendeu o estudante -e não se tomou cuidado, então, de preservar seu rosto
em "mosaico".
Um "furo" e tanto, para quem
conseguir acreditar que um jovem
embriagado, no meio de uma festa,
não estava fazendo uma brincadeira de mau gosto.
Nos dias seguintes, como que
tentando embasar o desastre da estréia, o "Jornal do SBT" (e outros,
como o "Jornal Nacional", que
conseguiram tornar mais aberrante o episódio) trouxe supostas informações contra o mesmo estudante, de denúncias "anônimas".
E assim o caso vai ganhando ares
de verdade, o pseudo-acontecimento vai se firmando. É tão kafkiano que faz temer quanto ao final.
Pensando melhor, trata-se apenas da continuidade de outra vertente de telejornalismo do SBT,
aquela que conheceu a morte de
um bebê e a transmissão de um
suicídio.
(NELSON DE SÁ)
Texto Anterior: Dramaturgo cursou direito Próximo Texto: Netvox - Maria Ercília: Não se venda barato Índice
|