São Paulo, Sexta-feira, 02 de Julho de 1999
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TELEVISÃO
"Jornal do SBT" sucede "Aqui Agora"

da Reportagem Local

Não poderia ter sido mais anticlimático o retorno do SBT ao telejornalismo, com a estréia de uma nova versão do "Jornal do SBT", esta semana. A rede, que lançou um modelo de telejornalismo brasileiro oposto ao da Rede Globo quando levou Boris Casoy para a TV, parecia querer voltar aos trilhos. Um âncora respeitável, mas de grande empatia, Hermano Henning, num programa de formato simples, mas eficiente.
O problema foi reservar, para a estréia, a veiculação da hoje notória fita de vídeo com o estudante que supostamente confessa o assassinato de outro estudante.
O telejornal tomou o cuidado de não mostrar o rosto do jovem, alterando a imagem com o efeito "mosaico". Mas, no mesmo programa de estréia, a fita foi levada à polícia, que por sua vez, acompanhada só do "Jornal do SBT", prendeu o estudante -e não se tomou cuidado, então, de preservar seu rosto em "mosaico".
Um "furo" e tanto, para quem conseguir acreditar que um jovem embriagado, no meio de uma festa, não estava fazendo uma brincadeira de mau gosto.
Nos dias seguintes, como que tentando embasar o desastre da estréia, o "Jornal do SBT" (e outros, como o "Jornal Nacional", que conseguiram tornar mais aberrante o episódio) trouxe supostas informações contra o mesmo estudante, de denúncias "anônimas".
E assim o caso vai ganhando ares de verdade, o pseudo-acontecimento vai se firmando. É tão kafkiano que faz temer quanto ao final.
Pensando melhor, trata-se apenas da continuidade de outra vertente de telejornalismo do SBT, aquela que conheceu a morte de um bebê e a transmissão de um suicídio. (NELSON DE SÁ)


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