São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2010

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67º FESTIVAL DE CINEMA DE VENEZA

Festival começa com filmes sangrentos

Veneza assiste a cinema violento de Daren Aronofsky e Robert Rodriguez nas duas primeiras sessões, ontem

Com júri presidido por Quentin Tarantino, edição do evento mostra inspiração pop e queda para a ação e o trash

ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A VENEZA

O Lido, faixa de terra que protege Veneza das ondas do mar Adriático, estará banhado de sangue ao fim da 67ª edição da mostra internacional de cinema. Não de sangue real, é claro, mas daquele sangue pop, estilizado, bem ao gosto de Quentin Tarantino, presidente do júri.
Os dois primeiros filmes exibidos no festival, ontem, usaram e abusaram do vermelho na paleta de cores. "Black Swan" (cisne negro), do americano Daren Aronofsky, usa o sangue como metáfora para a obsessão e para a dor reprimida de uma bailarina (Natalie Portman).
Em "Machete", a pretexto de falar dos mexicanos que entram ilegalmente nos Estados Unidos, Robert Rodriguez faz, como sempre, a farra do sangue. Como se a vida fosse um simples videogame, ele coloca seu elenco-fetiche (Danny Trejo, Steven Seagal) para matar e morrer.
Se, num primeiro momento, soa como nota fora do tom a presença de Rodriguez (de filmes como "El Mariachi" e "Grind House") num festival como o de Veneza, logo se percebe que, neste ano, o diretor da mostra, Marco Muller, estava de fato com inspiração pop -e queda para a ação e o trash.
Para além do júri entregue a Tarantino, um conhecido cultor dos "filmes B", há a homenagem, com o Leão pela carreira, ao chinês John Woo, considerado o reinventor do gênero de ação, e uma curiosa seleção de autores asiáticos.

BRUCE LEE
De Hong-Kong, a ser exibido fora de competição, vem "Fist: the Return of Chen Zen" (a lenda do punho: a volta de Chen Zen), de Andrew Lau. Trata-se do novo filme de uma série inspirada em ninguém menos que o ator Bruce Lee.
Também pertencentes ao chamado cinema de gênero são os filmes do japonês Miike Takashi, cultuado diretor do gênero de terror.
Além de "13 Assassins" (13 assassinos), que está em competição, o festival de Veneza exibirá dois de seus filmes precedentes, "Zebraman" e "Zebraman 2: Attack on Zebra City (ataque em Zebra City).
Ainda em competição pelo Leão de Ouro está "Detective Dee and the Mistery of Phanton Flame" (detetive Dee e o mistério do fantasma), do chinês Tsui Hark, considerado mestre pelos fãs da coreografia cinematográfica das artes marciais.

À LA TARANTINO
Não por acaso, Quentin Tarantino, durante a entrevista coletiva do júri do festival, na manhã de ontem, mostrou-se feliz da vida com a missão que tem nos próximos dez dias.
"Eu adoro estar em júris", festejou, após cumprimentar os jornalistas com aquele "V" de vitória que, no caso dos norte-americanos, é quase um tique. "A lista de filmes é excitante para mim."


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