A cantora Yelle no clube Glória

Num palco improvisado na pista do clube Glória, na Bela Vista, a cantora francesa Julie Budet, mais conhecida como Yelle, fez anteontem seu primeiro e único show em São Paulo. Para uma casa lotada, que fez suar as paredes espelhadas, cantou quase todas as músicas de seu disco de estréia, "Pop Up". O repertório gira quase que exclusivamente em torno de sexo: as dimensões anatômicas do órgão sexual de um famoso rapper francês, amor lésbico e seu melhor amigo, o vibrador. Depois da apresentação, que durou cerca de uma hora e fez os fãs gritarem tanto quanto ela em suas canções histéricas, Yelle conversou com o repórter Silas Martí nos bastidores: um sótão atrás do palco onde toda a banda se espremeu para trocar de roupa.

 

FOLHA - Uma de suas músicas mais conhecidas tira sarro das dimensões do pênis e da proeza sexual de um rapper famoso. Para você, tamanho realmente importa?
YELLE - [Ela olha para o marido, seu baterista Grand Marnier, antes de responder e gargalha.] Não, acho que não. É só uma piada a música, mas se for pequeno e souber o que está fazendo acho que tudo bem.

FOLHA - Os brasileiros levam a fama de ter a sexualidade à flor da pele. Você sentiu isso nesse show em São Paulo?
YELLE - Claro. Acabei de cantar em Santiago e Buenos Aires. Lá, as pessoas dançam, animadas, mas não é como aqui. As pessoas aqui se pegam o tempo todo, se tocam toda hora, gostam disso. A gente nota que algo de sexual acontece aqui.

FOLHA - O que achou de São Paulo?
YELLE - É imensa, isso me assustou, mas tem muito verde também. É impressionante como uma cidade dessas consegue ter tantas árvores. Fui passear na rua das lojas chiques [Oscar Freire] e parecia Cannes, mas, com todas aquelas subidas e descidas, me lembra muito San Francisco. Para mim, São Paulo é uma mistura de Cannes com San Francisco.

NA PELE
O modelo Paulo Zulu posou nu no fundo de um aquário cheio de tubarões para um ensaio especial da "edição verde" da revista "Criativa"

Olho vivo

Em tempos de crise, a CEF (Caixa Econômica Federal), que tem batido recordes de financiamento de imóveis, reforça seus controles sobre a inadimplência. Por enquanto, informa a instituição, ela está "na contramão do mercado, que apresenta aumento de 1,45%". A inadimplência da CEF diminuiu 13,3% de dezembro de 2007 até o mês passado, quando ficou em 1,82%.

LISTA NEGRA
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai lançar neste mês um programa nacional para controlar a quantidade de corantes, adoçantes e conservantes nos alimentos industrializados. O órgão elabora uma lista de produtos que serão fiscalizados e discute que Estados vão aderir à medida.

 

 

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