São Paulo, Terça-feira, 02 de Novembro de 1999 |
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MÚSICA Foco do encontro alemão, Brasil é alvo de outros eventos da área Mercado de "world music" aposta na música brasileira
CARLOS CALADO enviado especial a Berlim O Brasil tem boas chances de ser a nova onda no mercado de música étnica. Esse prognóstico esteve no ar durante os quatro dias da Womex, o maior evento internacional de "world music", que terminou anteontem, em Berlim. Eleita destaque da quinta edição da Womex, a música brasileira foi tema de três concorridos debates, além de ter proporcionado alguns dos shows mais elogiados desse misto de exposição, painel de debates e feira de negócios. Falando à Folha, após ser homenageado com o prêmio especial do evento pelo projeto "Buena Vista Social Club" (com mais de 2 milhões de CDs vendidos no mundo), até o maestro cubano Juan de Marcos Gonzáles referendou a expectativa que pairava. "Este é um dos momentos mais importantes para a música cubana, nos últimos 40 ou 45 anos. Esperamos recuperar a posição de liderança que já tivemos no passado, antes que o Brasil acabe fazendo isso", disse. Reconhecendo o aspecto positivo de, pela primeira vez, o evento ter enfocado a música de um país, o diretor-geral da Womex, Borkowsky Akbar, prevê uma presença mais consistente do Brasil no mercado musical da Europa. Um exemplo, já anunciado extra-oficialmente na exposição, é o Festival de La Villette, em Paris: a edição de maio/junho de 2000 será totalmente dedicada ao Brasil. "Vamos apresentar um panorama geral da música brasileira, com espaço também para a literatura e para o cinema", adianta o francês Bruno Boulay, que já distribui música brasileira na Europa pelo selo Totem Records. Outro evento europeu de peso que também vai focalizar o Brasil no próximo ano é o Heimatklnge (Sons da Terra), o maior festival ao ar livre de Berlim, que costuma acontecer em julho e agosto. O musicólogo Tiago de Oliveira Pinto, do Instituto Cultural Brasileiro na Alemanha, que também ajudou a selecionar o elenco da Womex, diz que oito atrações brasileiras vão se apresentar quatro vezes por semana, para de 3.000 a 5.000 pessoas por dia. Os selos e instituições do país também lucraram na Womex. "Fiz contato com quase 50 rádios do mundo todo. Elas têm sede de música brasileira", diz Benjamin Taubkin, do Instituto Cultural Itaú, que expôs na feira uma série de gravações originais da Funarte, reeditadas em CD. Já Felippe Llerena, do selo Nikita Music, fechou acordos para lançar duas novidades no Brasil: CDs do cabo-verdiano Boy Gé Mendes e da veterana Orquesta Aragón (de Cuba). O jornalista Carlos Calado viajou a convite das gravadoras Trama e BMG. Texto Anterior: Vida Bandida - Voltaire de Souza: Linha do amor Próximo Texto: Lenine rouba noite da MPB Índice |
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