São Paulo, Terça-feira, 02 de Novembro de 1999
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"LS Jack", LS Jack


A família Flausino definitivamente resolveu invadir o pop nacional. Primeiro foi Rogério, vocalista e líder do Jota Quest. No embalo mineiro e da síndrome de anos 70, o grupo vem dominando a parada FM há algum tempo.
Na sequência, mesmo sem usar o sobrenome da família, chegou Wilson Sideral, irmão de Rogério. Não é difícil confundir a voz e a aparência dos dois, se você estiver distraído, já que Sideral faz um estilo mais hippie, em oposição ao visual disco de Rogério.
"Não pode parar", música de trabalho do primeiro CD de Sideral, também tem feito bem sua carreira radiofônica.
E finalmente (apesar de ser difícil acreditar que esta será a última novidade pop dos Flausino), chega a vez de Marcus Menna, pilotando os vocais do grupo LS Jack. Primo em segundo grau dos irmãos mineiros, Menna é brasiliense e mora no Rio de Janeiro. Mas o timbre de voz, o rosto e, principalmente, o som denunciam: na verdade é mais um fruto da raiz Flausino.
O trabalho é de um pop dançante totalmente apontado para os anos 70 (viu só?). As letras, escritas em sua maioria por Menna, falam de viagem, mudança de cidade, relacionamentos amorosos e festa (qualquer semelhança com os trabalhos dos primos não é mera coincidência).
Há ainda no CD uma canção assinada por Marco Tulio, Rogério Flausino e o resto da galera do Jota Quest ("Vou Voltar"), outra por Vinny ("LS Jack") e duas covers, a primeira do Titãs ("Go Back") e a segunda de Herbert Vianna, do Os Paralamas do Sucesso ("Quase Um Segundo").
As releituras não comprometem as originais, principalmente a segunda que foi celebrizada pela voz de Cazuza, mas também não acrescentam nada.
Das músicas próprias e inéditas da banda, "Você Chegou" já está despontando como hit nas rádios (mal de família), e o destaque de todo o trabalho da banda vai para a boa canção disco "Noite Sideral" (será uma homenagem ao primão?).
De resto, o CD é perfeito para se ouvir dirigindo ou lavando louça, não incomoda como pano de fundo para todo e qualquer momento cotidiano, mas também não dá para ser levado muito a sério, apesar de ter essa pretensão.
Com certeza, e talvez infelizmente para os músicos e compositores da família Flausino, só há espaço para um Jota Quest. Enquanto todo mundo soar parecido, quase idêntico, o público ainda vai ficar com o original, seja ele bom ou mau.
Mas (viu como tem mais?) logo chegará Flávio Landau (irmão caçula de Rogério e Sideral) e restará ver se é mais um clone (tomara que não). (RODRIGO DIONISIO)


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