São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009 |
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Triste cinema brasileiro
Para Jean-
Michel Frodon,
ex-diretor da "Cahiers du Cinèma", filmes nacionais são promessas que não se cumpriram e Walter Salles é fenômeno isolado
ANA PAULA SOUSA DA REPORTAGEM LOCAL O jornalista francês Jean-Michel Frodon era ainda um garoto quando, por meio de filmes e textos, jovens como François Truffaut (1932-1984) e Jean-Luc Godard fizeram soprar os ventos da nouvelle vague. Foi ao ler as páginas da lendária "Cahiers du Cinèma", revista-símbolo do movimento, que Frodon descobriu o prazer da reflexão cinematográfica. Reflexão que é estética, mas também ética e política. "Como disse Godard, todo travelling é moral", tentou ensinar, para uma plateia de estudantes, durante um debate na Fundação Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, na noite da última sexta. Frodon veio à cidade para integrar o júri da Mostra Internacional e para discutir a cinefilia e a crítica. "Alguns acham que fazer crítica é aconselhar o consumidor. Não é", diz. A crítica, para Frodon, é um trabalho emocional e reflexivo que, a partir da escrita, estabelece uma relação com o público. "Quem trabalha com cinema, tende a achar que o crítico faz parte do trabalho de divulgação. Mas a crítica não é feita para atrair as pessoas ao cinema." Ex-crítico do jornal "Le Monde" e ex-diretor da "Cahiers...", Frodon conhece bem os poderes que rodeiam essa atividade que tenta equilibrar-se entre a arte e a indústria. Ele deixou a direção da "Cahiers" este ano, após a venda da publicação para o grupo britânico Phaidon Books. "A imprensa toda passa por dificuldades", diz, quando questionado sobre a crise da revista. Mas, quando o assunto é cinema, deixa a cautela de lado. Leia a entrevista que Frodon concedeu à Folha, parte por e-mail, de Paris, parte pessoalmente, em São Paulo. FOLHA - Como vai o cinema brasileiro? FOLHA - Houve algum momento,
além do cinema novo, em que o Brasil chamou a atenção da crítica internacional? FOLHA - Por o cinema brasileiro era
visto como promessa? FOLHA - O senhor vê algo de brasileiro em filmes como "Ensaio sobre
a Cegueira" ou "O Jardineiro Fiel",
de Fernando Meirelles? FOLHA - E o que aconteceu com a
"buena onda" argentina? FOLHA - Por que, a despeito do
frescor que muitos estrangeiros enxergam na América Latina, o cinema
da região não se desenvolve? É um
problema econômico ou cultural? FOLHA - O senhor citou o cinema
asiático. O que tem vindo de lá? FOLHA - Eles têm apoio estatal? FOLHA - Vivemos num mundo sobrecarregado de imagens. Qual o
papel do cinema nesse contexto? FOLHA - Que papel tem a crítica
nesse cenário? |
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