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Crítica
Diretor grego traz fábula nonsense premiada
RICARDO CALIL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A trama de "Dente Canino", do grego Yorgos
Lanthimos, lembra a de
"A Vila", de M. Night Shyamalan. Aqui, como lá, pais decidem criar os filhos em um espaço isolado, sem que eles saibam
o que se passa no mundo lá fora.
A história se concentra em
uma só família, um casal que
educa os três filhos dessa maneira peculiar. Dão novos significados a palavras eróticas ou
violentas, proíbem que saiam
dos limites da casa ou que sejam expostos a influências externas, como a TV.
A exceção é uma mulher, segurança da fábrica do pai, que
satisfaz as necessidades sexuais
do filho. É ela quem irá trazer
elementos do mundo externo
para dentro da casa, como os
filmes "Rocky" e "Flashdance",
e provocar um curto-circuito
entre os habitantes.
Se a trama lembra a de "A Vila", o tom e o alvo de "Dente Canino" são bem distintos. Em
vez de um terror poético, Lanthimos nos oferece uma fábula
de humor nonsense. No lugar
de uma metáfora sobre o isolacionismo americano, um ataque ao politicamente correto.
"Dente Canino" demora para
engrenar, mas tem cenas memoráveis, que justificam o prêmio de melhor filme na mostra
Um Certo Olhar, na última edição do Festival de Cannes.
DENTE CANINO
Quando: hoje, às 22h, no Eldorado
Avaliação: bom
Classificação: 16 anos
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