|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Programa sobre zonas de guerra filma em SP
Após Iraque e Coreia do Norte, é a vez de cidades em países em desenvolvimento
O jornalista Diego Buñuel
e sua equipe buscam em
São Paulo histórias sobre pichadores, venda de carros blindados e tráfego aéreo
RODRIGO RUSSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não é estranho que um programa com nome de "Zonas de
Guerra", que já gravou em locais "tranquilos" como Irã, Iraque, Paquistão e Coreia do Norte, grave episódios na cidade de
São Paulo?
"Mudamos a proposta. Acho
que já esgotamos os lugares
mais perigosos do mundo. Então, para a terceira temporada,
estamos mostrando dez grandes cidades de países em desenvolvimento", conta Diego Buñuel, jornalista que apresenta o
programa, cujas duas primeiras
temporadas serão reapresentadas a partir de hoje pelo canal
pago National Geographic.
"Não gosto do rótulo "apresentador de TV". Soa como algo
muito falso para mim, que sempre fui jornalista", diz Buñuel,
neto do famoso cineasta Luis
Buñuel. Por oito anos, ele foi
correspondente de guerra para
uma TV francesa, mas cansou
do trabalho: "Basicamente,
contava histórias da violência.
Acho que, além de excluir a graça que há nas vidas locais, isso
reduz o mundo a estereótipos".
Outro problema que aponta é
a banalização da violência: "Para quem está no primeiro mundo, confortável em sua casa, é
excitante assistir a cenas de
morte e destruição, mas acabamos igualando uma morte no
Iraque à metereologia".
Em São Paulo, Buñuel e seu
câmera procuram histórias sobre pichadores, venda de carros
blindados, tráfego aéreo e igrejas evangélicas. Ele diz que está
fugindo dos clichês: "Quando
pensamos em Brasil na Europa,
logo vêm à cabeça três estereótipos: música, mulheres gostosas e o Rio de Janeiro. Quero
evitar esse caminho", conta.
E a vida de viajante internacional? "No começo, era muito
difícil voltar para casa [em Paris], porque a conversa de meus
amigos parecia tão entediante,
superficial... mas depois entendi que a minha vida é que não é
de verdade", resume.
ZONAS DE GUERRA
Quando: segundas, às 20h, no National Geographic
Classificação indicativa: livre
Texto Anterior: Comentário: Vazio permeia e fantasma paira sobre 8ª Bienal de Arquitetura Próximo Texto: Julio & Gina Índice
|