|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Proibição eleva
interesse e gera
longas filas
LENEIDE DUARTE-PLON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE PARIS
"Kiss the Past Hello", a
exposição de fotos de
Larry Clark no Museu de
Arte Moderna de Paris,
transformou-se no maior
sucesso do outono, graças
à polêmica gerada pela
proibição a menores de 18.
Resultado: em três semanas, recebeu 28,1 mil
visitantes. O museu estima
que receberá 120 mil visitantes até 2/1. Na última
quinta, uma fila quilométrica, digna de uma mostra
de Picasso ou Monet, formava-se diante do museu.
Duas sexagenárias comentavam que nunca viram tantos jovens numa
exposição em Paris.
"Isso é ridículo", vociferou Catherine Bignon, ao
saber que não poderia entrar com a filha de 17 anos
na mostra. Para ela, as fotos não são mais chocantes do que o que um adolescente vê no cinema, na
TV e na internet.
"A prefeitura censura",
acusaram os contrários à
proibição, entre eles o jornal "Libération", que publicou na capa uma das fotos (jovens em ato sexual).
O prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, divulgou
um comunicado defendendo a proibição. A seu
ver, o limite de idade era a
única maneira de não censurar nenhuma imagem.
Célia Meguedad e Aurélie Fantou, 20, não concordam com o veto. Para elas,
os adolescentes veem cenas tão chocantes quanto
as de Clark. "Talvez fosse o
caso de proibir a menores
de 15", diz Meguedad.
Representantes do Partido Verde no Conselho de
Paris pediram ao prefeito a
retirada da proibição. Para
a ex-candidata do Partido
Socialista à presidência,
Ségolène Royal, bastaria
avisar os pais sobre o conteúdo de algumas fotos.
Sem negar valor artístico ao que viu, Véronique
Kieslowski, 48, opina que
a decisão do prefeito é
compreensível: "A proibição se justifica pelo teor
das fotos, chocantes mas
não pornográficas".
Texto Anterior: Mostra de Takashi Murakami em Versalhes irrita conservadores Próximo Texto: Documenta 13 tem recorde de organizadores em 2012 Índice | Comunicar Erros
|