do enviado a Los Angeles

Procura-se o documentário indigenista "Raoni" (1978), uma co-produção franco-brasileira premiada com o Oscar do gênero em 1978. Enviar as informações para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mais precisamente para seu Arquivo de Documentários (edcarter@oscars.org).
Ao lado da Associação Internacional do Documentário (IDA, na sigla inglesa), a academia trabalha para o estabelecimento do mais importante arquivo de filmes do gênero.
"Não nos interessam só os premiados com o Oscar", reconheceu à Folha Michael Friend, diretor do Arquivo Fílmico da Academia.
Uma lista com 84 títulos prioritários, entre indicados ao Oscar e premiados pelo IDA, acaba de ser lançada. Os filmes procurados incluem "A Dor e a Piedade", de Marcel Ophuls, "Shoah", de Claude Lanzmann, "Mundo sem Sol", de Jacques Cousteau, e "Breve História do Tempo", de Errol Morris.
A academia mantém um arquivo desde 1929. A coleção de documentários foi aberta em 1941, com a criação do Oscar específico, inaugurado pelo curta britânico "A Ilha de Churchill".
Três novas preciosidades foram apresentadas na última quarta-feira, na abertura para convidados do 3º Congresso Internacional do Documentários. "Primary" (Primária, 1961), "Crisis: Behind a Presidential Commitment" (Crise: Bastidores de um Compromisso Presidencial, 1963) e "Faces of November" (Faces de Novembro, 1963) formam a trilogia Kennedy do diretor e produtor Robert Drew.
Antes da projeção, Michael Friend conversou com a Folha sobre a nova ofensiva preservacionista da academia. Leia abaixo uma síntese da entrevista com o diretor. (AL)
Folha - Qual o objetivo do novo arquivo de documentários?
Michael Friend - Queremos preservar os clássicos do gênero. Não estamos preocupados apenas com filmes premiados com o Oscar. Pedimos para os diretores nos confiarem o conjunto de sua obra. Filmes e também vídeos. Não se trata de fazer novas cópias. Pedimos aos cineastas acesso aos negativos e fazemos um complexo trabalho de restauração.
Folha - Qual a dimensão do arquivo?
Friend - Em quatro anos, já temos cerca de mil títulos, muitos dos quais em vídeo. Nossa nova ofensiva é a abordagem direta dos cineastas.
Folha - Foi assim que se originou a lista que incluía "Raoni" entre os procurados?
Friend - Sim. Adoraria localizar uma cópia. Se souber como, peça para me informarem.
Folha - Há um mercado para essas cópias restauradas?
Friend - O mercado nas salas de cinema é muito restrito. Talvez se amplie na televisão com canais por assinaturas como o Documentary Channel e o Independent Channel. Mas não estamos preocupados com o curto prazo. Pensamos nessa coleção daqui a cem, 200 anos, como fonte para futuros pesquisadores.
Folha - Como o projeto está sendo financiado?
Friend - A preservação de filmes é uma das atividades mais caras do planeta. A academia tem bancado meu trabalho até aqui. Mas recebemos apoios específicos. O restauro dos filmes de Robert Drew teve o apoio financeiro da The Film Foundation, de Martin Scorsese, e da Sony Pictures.



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