São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2004

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FILMES

Entrega Especial
Globo, 15h40.
  (Special Delivery). EUA, 2000. Direção: Mark Jean. Com Andy Dick, David Lewis. Entregador de encomendas tem, a horas tantas, de entregar um bebê. Feito para TV e, claro, para as crianças.

Spot, um Cão da Pesada
SBT, 22h30.
 
(See Spot Run). EUA, 2001, 94 min. Direção: John Whitesell. Com David Arquette, Leslie Bibb. O encontro entre um carteiro trapalhão e um cachorro treinado pelo FBI para integrar o serviço de proteção a testemunhas. Spot é um cãozinho gracioso, mas meio combalido, além de estar em filme bem fora do horário para o qual foi programado.

Intercine
Globo, 1h35.

O drama "A Confissão" (1998, de David Jones, com Alec Baldwin, Ben Kingsley, Amy Irving) e a comédia "Loucuras de Verão" (1973, de George Lucas, com Richard Dreyfuss, Ron Howard, Paul Lemat) são os filmes a serem escolhidos pelos telespectadores nesta noite.

Mulher Nota Dez
SBT, 3h.
  
(Ten). EUA, 1979, 119 min. Direção: Blake Edwards. Com Dudley Moore, Bo Derek, Julie Andrews. Compositor casado, quarentão, topa com a garota que julga ser a de seus sonhos. Comédia que projetou a bela Bo Derek, acompanhada do baixinho Dudley Moore e da direção um tanto enferrujada de Blake Edwards. Somente para São Paulo.

Annie 2 - Uma Aventura Real
Globo, 3h30.
 
(Annie: A Royal Adventure). EUA, 1995, 92 min. Direção: Ian Toynton. Com Joan Collins, George Hearn, Ian McDiarmind. A órfã Annie e dois coleguinhas vão a Londres assistir à condecoração do seu "padrinho", mas descobrem que ele está mesmo é planejando algo de terrível para a criançada do orfanato. Telefilme que mais vampiriza e menos prossegue com o original, que era um curioso musical temporão rodado por John Huston em 1982. Pior, a madrugada não é amiga de uma obra infantil que estaria melhor encaixada numa sessão da tarde. (PAULO SANTOS LIMA)

Amoralidade do pós-guerra

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Quem é o autor de "O Terceiro Homem" (Telecine Classic, 15h50)? Primeiro ocorre o nome de seu diretor, Carol Reed. Mas, convenhamos, Reed nunca fez um filme de dimensão nem mesmo parecida a este, em que teve como ator Orson Welles. Não o principal -este era Joseph Cotten, o homem que vai procurar no pós-guerra um amigo e o encontra dado por morto.
Misterioso, Welles aparece pouco. Quando surge, faz o mundo se desequilibrar. Espalha uma amoralidade para se justificar e cunha a frase mais célebre do filme, segundo a qual os Bórgia produziram morte e traição, mas disso resultou a Renascença. Já a Suíça, com seus 500 anos de democracia, o que nos legou? "O relógio cuco." Todas as versões que conheço afirmam que a frase não era do roteiro. Era de Welles.

MÚSICA

Foo Fighters avança sem olhar para trás

SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO

Exceto pelos primeiros momentos de sua carreira como líder do Foo Fighters, Dave Grohl não teve à espreita o fantasma da banda que o tornou famoso, o Nirvana, e de quem tornou a banda famosa, Kurt Cobain.
O recente lançamento de "With the Lights Out", a caixa que compila raridades do trio de Seattle, pode fazer as comparações voltarem a rondar Grohl, algo talvez inevitável, mas não exatamente justo.
"Everywhere But Home", versão condensada de um DVD ao vivo do Foo Fighters que o canal TNT exibe hoje, traz a dupla sensação de que o ex-baterista realiza muito bem o que se propôs a seguir e que estava certo ao, segundo suas próprias palavras, não ousar competir criativamente com Kurt Cobain -vivo ou morto.
O especial -basicamente um show em Toronto, Canadá, com encerramento no Slane Castle, Irlanda- demonstra que Grohl montou um sólido conjunto de composições ao longo de quatro álbuns, mas que adotam um caminho de passagens bem menos angustiantes em relação ao seguido pelo Nirvana.
"Breakout", do disco "There's Nothing Left to Lose" (99), é exemplo da habilidade de Grohl em construir refrões que grudam facilmente no ouvido e ressoam fortemente na platéia, assim como "Monkey Wrench", de "The Colour and the Shape" (97), é um punk pop com levada para cima e com todas as partes bem amarradas do começo ao fim da música.
Tudo em "Everywhere But Home", inclusive a sua simples edição, revela o Foo Fighters sem a pretensão de alcançar a grandiosidade e o status de clássico atingido pelo Nirvana, e é aí que as comparações já não cabem.
Como disse o ex-Smashing Pumpkins Billy Corgan em relação a "Smells like Teen Spirit", "você não senta em uma cadeira e diz: "Vou escrever a música da minha geração'". Grohl sabe muito bem disso.


FOO FIGHTERS - EVERYWHERE BUT HOME. Quando: hoje, às 22h, no TNT.


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