São Paulo, terça-feira, 02 de dezembro de 2008

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o pai

"Noite de sábado foi o ápice de 3 meses de agonia"

FABIO MARRA
EDITOR DE ARTE

Os pais até tentam influenciar os gostos dos filhos. Tentam. Mas chega um momento que, satisfeitos ou não, aceitam a frase: "Gosto não se discute". Para ir ao show do RBD no sábado, guardei minhas preferências musicais pela tarefa e pelo prazer (sim, prazer!) de acompanhar minha filha no show da sua banda preferida. Seria a última apresentação do grupo e eu tinha e queria estar com ela.
O show foi apenas o ápice. A "agonia" durou três meses. Começou quando oficializaram a "turnê do adeus". Numa madrugada, passamos horas na internet para comprar os ingressos. Horas de sono perdido em busca de entradas que pesaram quase R$ 1.000 no orçamento. Para felicidade dela, garantimos o passe.
O nervosismo era grande no dia tão esperado.
Não sei quantos "Ai, meu Deus", ouvi. Atordoado, não consigo entender por que os fãs do RBD gritam tanto. Bastava um movimento, uma palavra, para que eu pudesse sentir o quão saudável são os pulmões nessa fase da vida.
Todo mundo assistiu ao show em pé, em cima das cadeiras. Foi o meu primeiro show entre "empoleirados". Todos tentavam dançar, desafiando as leis da física, com "las manos para el aire".
No final do show, os seis ídolos disseram que tinham uma surpresa. Tremi. "Regresaremos a San Paulo en diciembre!". O Anhembi explodiu de novo. Olhei para minha filha e dei risada com ela. E sussurrei o último "ai, meu Deus" da noite.

FABIO MARRA tem 43 anos.



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