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o pai
"Noite de sábado foi o ápice de 3 meses de agonia"
FABIO MARRA
EDITOR DE ARTE
Os pais até tentam influenciar os gostos dos filhos. Tentam. Mas chega
um momento que, satisfeitos ou não, aceitam a
frase: "Gosto não se discute". Para ir ao show do
RBD no sábado, guardei
minhas preferências musicais pela tarefa e pelo
prazer (sim, prazer!) de
acompanhar minha filha
no show da sua banda preferida. Seria a última apresentação do grupo e eu tinha e queria estar com ela.
O show foi apenas o ápice. A "agonia" durou três
meses. Começou quando
oficializaram a "turnê do
adeus". Numa madrugada,
passamos horas na internet para comprar os ingressos. Horas de sono
perdido em busca de entradas que pesaram quase
R$ 1.000 no orçamento.
Para felicidade dela, garantimos o passe.
O nervosismo era grande no dia tão esperado.
Não sei quantos "Ai, meu
Deus", ouvi. Atordoado,
não consigo entender por
que os fãs do RBD gritam
tanto. Bastava um movimento, uma palavra, para
que eu pudesse sentir o
quão saudável são os pulmões nessa fase da vida.
Todo mundo assistiu ao
show em pé, em cima das
cadeiras. Foi o meu primeiro show entre "empoleirados". Todos tentavam
dançar, desafiando as leis
da física, com "las manos
para el aire".
No final do show, os seis
ídolos disseram que tinham uma surpresa. Tremi. "Regresaremos a San
Paulo en diciembre!". O
Anhembi explodiu de novo. Olhei para minha filha
e dei risada com ela. E sussurrei o último "ai, meu
Deus" da noite.
FABIO MARRA tem 43 anos.
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