São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

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CRÍTICA DRAMA

Texto clássico sobre julgamentos ganha direção segura de Eduardo Tolentino

Lenise Pinheiro/Folhapress
Atores do espetáculo "Doze Homens e uma Sentença"

LUIZ FERNANDO RAMOS
CRÍTICO DA FOLHA

O veredito judicial e o drama. "Doze Homens e uma Sentença" é a encenação feliz de um texto antológico sobre julgamentos. Em 1954, Reginald Rose (1920-2002) criou um roteiro para programa de TV. Três anos depois, o adaptou para o cinema a convite de Henry Fonda, que produziu e protagonizou o filme. Em 1964, estreou em Londres uma versão para teatro, que chega ao Brasil, traduzida por Ivo Barroso e encenada por Eduardo Tolentino de Araújo.
Doze jurados reúnem-se depois de um julgamento para deliberarem sobre a culpa ou inocência de um menino de 16 anos, o principal suspeito da morte de seu próprio pai. Tem início um exaustivo processo de deliberação.
Nos EUA, para condenar alguém à morte, é preciso que haja unanimidade e que não paire em nenhum dos jurados "qualquer dúvida razoável". É a deixa para o dramaturgo fabular uma possível alternativa de explicação do crime, criando evidências verossímeis de inocência.
O espetáculo honra o estilo de Tolentino: respeito estrito ao texto, objetividade dramática na cenografia e no figurino e um grande investimento no trabalho dos atores, de viés naturalista.
A direção segura garante que os intérpretes estejam à altura do projeto, atuando com seriedade e eficácia. Em alguns casos, como os de Norival Rizzo, como o jurado que se permite duvidar, e de Genézio de Barros, seu opositor, as interpretações alcançam momentos de brilho.
No conjunto, é uma montagem bem realizada, na melhor tradição do cânone realista, e que dá acesso a um clássico no gênero dos dramas de tribunal.

DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA
QUANDO sex. e sáb., às 19h30; até dia 19/12
ONDE Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, tel. 0/xx/11/3113-3651)
QUANTO R$ 15
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom




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