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Crítica
O trauma aparece ontem, hoje e sempre
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em "O Pescador de Ilusões" (Cinemax, 23h45), há
um sujeito meio pancada das
idéias graças a uma tragédia sobre a qual a história fará mistério até a revelação, que virá
mais para frente. É o diretor
Terry Gilliam valorizando esse
passado como grande força
narrativa no filme, com imagens à altura. Já no formidável
"Hana-bi -°Fogos de Artifício" (TC Cult, 18h35), Takeshi
Kitano dá mínima importância
às causas (inclusive não fazendo imagens delas), e prefere as
reverberações desses traumas.
Dentre tantas infelicidades
com vários personagens, temos
o policial Nishi, que tem seu casamento arruinado pela morte
da filha, a mulher em depressão
profunda e tal. O filme evoca o
tempo anterior, mas se atém,
firme, ao presente.
Já Michael Cimino vai ao
olho do furacão dos acontecimentos em "Horas de Desespero" (MGM, 18h20). É o trauma surgindo em tempo real,
com alucinados assaltantes
(um deles, Mickey Rourke, soberbo) invadindo um típico -e
arruinado- lar americano.
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