São Paulo, Quinta-feira, 03 de Fevereiro de 2000


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"Quero que o público se surpreenda"

free-lance para Folha


Diretor musical de "Cazas de Cazuza", o paulista Daniel Ribeiro, 23, acredita em nova perspectiva para o teatro musical brasileiro. Sua formação inclui trabalhos com Roberto Sion e dois anos de estudos em Nova York.
A parceria com Rodrigo Pitta vem desde 93, quando se conheceram num grupo de teatro da Cultura Inglesa. No momento, Ribeiro vive Mark, em "Rent". A seguir, ele conversa com a Folha sobre o gênero. (VS)

Folha - Como você avalia o teatro musical hoje no Brasil?
Daniel Ribeiro -
O Brasil tem uma história de musical completamente diferente da dos EUA. Lá, existe uma indústria à parte, com seus códigos, seus clichês. O musical americano é por essência romântico. Foram sobretudo os autores Andrew Lloyd Webber, com "O Fantasma da Ópera", e Claude-Michel Schonberg, com "Miss Saigon" e "Os Miseráveis", que trouxeram essa coisa da ópera, do drama, no final dos anos 80 e início dos 90.
Nós, brasileiros, procuramos quebrar as fórmulas românticas. É lógico que você vai ao teatro para ver um espetáculo que te agrade, mas também, acima de tudo, que te faça pensar. E o musical nos EUA não tem esse tempo.

Folha - Qual a filosofia da Companhia Brasileira de Teatro Musical?
Ribeiro -
Acima de tudo, a gente quer provar que podemos fazer um musical essencialmente brasileiro, com boas performances. Queremos que o espectador se surpreenda com a qualidade técnica e artística. É decepcionante quando você vai assistir a um musical no Brasil...
Quando falamos da Broadway, não estamos falando do glamour, mas da estrutura. Queremos ser brasileiros sem se vender ao que vem de fora. A minha geração de artistas percebe que o mercando está ficando mais exigente. Fazer um musical é tecnicamente muito difícil. Precisa ter preparação corporal, vocal, o som ajustado, não dá para funcionar de uma forma mambembe. A proposta soa inovadora, mas é um conceito que já está aí há muito tempo.


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