São Paulo, terça-feira, 03 de março de 2009

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Crítica

"A Batalha de Argel" toca em ferida francesa

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não existe crítica isenta. Aliás, se há um atributo indissoluvelmente ligado a essa atividade, é a tomada de partido. E, como escreveu Francis Ponge, o poeta, o pior partido é não tomar partido algum. Digo isso porque a melhor crítica francesa, ninguém menos que Jacques Rivette, nunca engoliu "A Batalha de Argel" (TC Cult, 14h20; classificação: 12 anos), de Gillo Pontecorvo.
Imagino que os pruridos nacionalistas no caso falaram mais alto do que o filme propriamente dito. Até se pode discutir a forma de falso documentário achada por Pontecorvo. Mas o essencial não está lá, e sim no que houve de vergonhoso na guerra colonial. E isso o filme resgata.
O fato é que os grandes cineastas franceses sempre se mostraram bem tímidos em relação ao assunto (como em relação à Guerra da Argélia), e o italiano Pontecorvo foi à luta.
Enfim, para resgatar a França por hoje há "Sinfonia em Paris" (TCM, 17h30; livre), de Vincente Minnelli.


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