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Crítica
"A Batalha de Argel" toca em ferida francesa
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não existe crítica isenta.
Aliás, se há um atributo indissoluvelmente ligado a essa atividade, é a tomada de partido.
E, como escreveu Francis Ponge, o poeta, o pior partido é não
tomar partido algum. Digo isso
porque a melhor crítica francesa, ninguém menos que Jacques Rivette, nunca engoliu "A
Batalha de Argel" (TC Cult,
14h20; classificação: 12 anos),
de Gillo Pontecorvo.
Imagino que os pruridos nacionalistas no caso falaram
mais alto do que o filme propriamente dito. Até se pode
discutir a forma de falso documentário achada por Pontecorvo. Mas o essencial não está
lá, e sim no que houve de vergonhoso na guerra colonial. E isso
o filme resgata.
O fato é que os grandes cineastas franceses sempre se
mostraram bem tímidos em relação ao assunto (como em relação à Guerra da Argélia), e o
italiano Pontecorvo foi à luta.
Enfim, para resgatar a França por hoje há "Sinfonia em
Paris" (TCM, 17h30; livre), de
Vincente Minnelli.
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