São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Engajamento no Brasil foi mais indireto

DA REPORTAGEM LOCAL

A música de protesto latino-americana começou a se constituir como fenômeno mais nítido no final dos anos 50, principalmente na Argentina, no Chile e no Uruguai.
O período de ditaduras nesses países, nos anos 70 e 80, reforçou seu caráter de enfrentamento aos regimes e de defesa do socialismo. Para Marcos Napolitano, professor de história da Universidade de São Paulo e estudioso das relações entre cultura popular e regime militar no Brasil, o que caracterizava esse gênero era uma mistura de folclorismo rural e urbano, uma poética lírica com mensagens políticas, uma performance despojada e o uso de instrumentos acústicos, além da recuperação de gêneros musicais tradicionais.
Os temas predominantes nas letras são representações de coragem do homem do povo, de camponeses e estudantes.
Napolitano aponta diferenças entre o gênero que se consolidou na América hispânica e a MPB. "Ambos dialogaram com a indústria fonográfica e tiveram como nicho o público estudantil de classe média. Mas, no caso da MPB, a relação com a indústria foi mais profunda e o público se expandiu nos anos 70."
O historiador aponta, ainda, que a música brasileira nunca se configurou como "canção de barricada" como nos outros países. A exceção teria sido Geraldo Vandré. "Nosso engajamento era mais sutil, difuso e indireto, talvez menos mobilizador do que nos outros países." (SC)


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