São Paulo, sexta, 3 de abril de 1998

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São 20 anos de quê?

da Reportagem Local

A questão é semântica, mas, quando a organização de um festival alardeia que vai comemorar "os 20 anos do pop nacional" com um show de Liminha, alguma coisa está muito fora de ordem.
Eles querem dizer: Liminha está no pop, como produtor, há 20 anos, e nesse período produziu boa parcela dos mais significativos discos pop brasileiros.
Daí a dizer que o Heineken Concerts vai comemorar os 20 anos do pop nacional há o abismo da ignorância. Desrespeita o próprio homenageado, Liminha -que já andava na estrada antes, quando era membro efetivo dos Mutantes.
Seriam 30 anos de pop, então -os Mutantes estrearam em disco em 68. O pop debutou no Brasil em 58, 59, com Celly Campello, seu irmão Tony e outros.
No pós-"Estúpido Cupido", explodiu a corte do maior artífice pop nacional, Roberto Carlos. Erasmo, Wanderléa, Leno & Lilian eram pop para Liminha nenhum botar defeito.
Bom, a lista é interminável: o pop negro de Jorge Ben e Tim Maia, a revolução pop do tropicalismo, o rock de Rita Lee e Raul Seixas, o glitter-pop dos Secos & Molhados... Às vésperas do nascimento do pop à Heineken, em 77, eclodia o ultra-pop: a discothèque de Frenéticas e Lady Zu.
Andam dizendo por aí que nada disso existiu. De boca em boca, a desinformação enche o papo.
(PAS)



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