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São 20 anos de quê?
da Reportagem Local
A questão é semântica, mas,
quando a organização de um festival alardeia que vai comemorar
"os 20 anos do pop nacional" com
um show de Liminha, alguma coisa está muito fora de ordem.
Eles querem dizer: Liminha está
no pop, como produtor, há 20
anos, e nesse período produziu
boa parcela dos mais significativos
discos pop brasileiros.
Daí a dizer que o Heineken Concerts vai comemorar os 20 anos do
pop nacional há o abismo da ignorância. Desrespeita o próprio homenageado, Liminha -que já andava na estrada antes, quando era
membro efetivo dos Mutantes.
Seriam 30 anos de pop, então
-os Mutantes estrearam em disco em 68. O pop debutou no Brasil
em 58, 59, com Celly Campello,
seu irmão Tony e outros.
No pós-"Estúpido Cupido", explodiu a corte do maior artífice
pop nacional, Roberto Carlos.
Erasmo, Wanderléa, Leno & Lilian
eram pop para Liminha nenhum
botar defeito.
Bom, a lista é interminável: o
pop negro de Jorge Ben e Tim
Maia, a revolução pop do tropicalismo, o rock de Rita Lee e Raul
Seixas, o glitter-pop dos Secos &
Molhados... Às vésperas do nascimento do pop à Heineken, em 77,
eclodia o ultra-pop: a discothèque
de Frenéticas e Lady Zu.
Andam dizendo por aí que nada
disso existiu. De boca em boca, a
desinformação enche o papo.
(PAS)
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