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FUTEBOL
Especial revê Garrincha entre mitos dos anos 60
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
O que o devoto interpretado por
Leonardo Villar em "O Pagador
de Promessas" e os marcadores
de Garrincha na Copa de 1962 tinham em comum? Ambos carregavam a cruz. A piada infame está
no episódio "A Explosão do Cinema Novo, um Certo Som dos Beatles e um Ferrolho Tcheco no Caminho do Bi", da série C.O.P.A.
(Cultura, Organização, Política,
Arte), que a ESPN exibe amanhã.
Herói do título mundial conquistado pelo Brasil no Chile,
Garrincha é a estrela natural do
programa. Evocado em imagens
de arquivo e em vários depoimentos, ele só divide as luzes com personagens que não entraram em
campo na mais violenta de todas
as copas, como os Beatles (que
lançavam em 1962 "Love me Do")
e Marilyn Monroe (morta em 5 de
agosto daquele ano).
Marilyn conduz ao segundo de
seus três maridos, Joe DiMaggio,
que permaneceu apaixonado por
ela até morrer, em 1999. O que faz
uma lenda norte-americana do
beisebol em um especial sobre futebol?
A série C.O.P.A. vive justamente
de promover essas ligações inusitadas, ao tratar de boleiros e de
sua época -às vezes, mais da
época do que dos boleiros.
O expediente ajuda a renovar o
formato, mas corre o risco de provocar alguma frustração: no meio
do caminho entre o futebol e o
mundo, ambos saem desguarnecidos. O cinema novo, por exemplo, não aparece aqui como fruto
de conexão com o cenário artístico, mas como pano de fundo, representado pelo fotógrafo e produtor Luiz Carlos Barreto entre os
entrevistados.
É de Barreto, que cobriu a Copa
de 1962, a história mais saborosa
do episódio. Ela não fala de Garrincha, e sim de Pelé, que desfalcou a seleção no início da campanha, e gira em torno da suposta
incapacidade de o camisa 10 chutar a bola em movimento. Parece
coisa de argentino, mas não foi.
C.O.P.A. - Garrincha
Quando: amanhã, 22h30, no ESPN Brasil
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