Quarta edição do "reality show" dará a vencedor capital inicial de R$ 1 milhão e 49% das ações; apresentador fica com 51%

Selecionados dentre mais de 28 mil inscritos, candidatos têm idéias como reflorestar a Amazônia e criar remédio que cure de úlcera a depressão

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Roberto Justus não sabe onde colocar seu dinheiro. Deve investir em um ralo que abre e fecha automaticamente ou em um lava-rápido que limpa carros com lenços umedecidos?
Nesta noite, o publicitário estréia na Record o "reality show" "Aprendiz 4 - O Sócio". Agora, em vez de selecionar um empregado para uma de suas empresas, escolherá alguém com quem abrirá um novo negócio.
O vencedor receberá dele um capital inicial de R$ 1 milhão e 49% das ações da empresa a ser criada. Justus ficará com 51%.
O programa de hoje (22h30) terá mais cara de "Ídolos", do SBT, que de "Aprendiz", como admite o apresentador à Folha. Será mostrado o processo de seleção dos 16 participantes e suas idéias. Foram mais de 28 mil inscrições, analisadas durante quatro meses e meio por 12 profissionais. Justus assistiu à defesa oral de 200 finalistas.
Cada um teve três minutos para defender sua idéia, em um processo de audição similar ao do programa do SBT. "A estréia parece "Ídolos". Tem uma risada minha que será sucesso. Há idéias hilárias", diz Justus.
Dentre os eliminados, há uma menina que, para defender uma escola que mistura diversão com ensino, entrou fantasiada e tocando pandeiro. Foi excluído também um projeto de central para tradução a deficientes auditivos. Dentre os escolhidos (veja quadro), há o ralo e o lava-rápido do primeiro parágrafo deste texto, além de propostas, digamos, ambiciosas, como reflorestar a Amazônia e de criar um remédio que cure de úlcera a depressão.
Na próxima semana (exibição às terças e quintas), o programa volta a ter "cara" de "Aprendiz", com um eliminado por episódio depois de provas e da sala de reunião com Justus.
O apresentador diz que um dilema do "Aprendiz 4" foi o bordão. Nos anteriores, quem saía ouvia: "Você está demitido". Como agora o vencedor não será um funcionário, e sim um sócio, a frase terá de mudar. Algumas foram cogitadas, como "Você está fora do meu negócio" e até a terrível "O sonho acabou". "Qual foi escolhida? Não vou revelar", diverte-se.
Por falar em demissão, Justus comentou o fato de Porcel, vencedor do "Aprendiz 2", ter sido demitido dois anos após a contratação. "Nenhum processo de seleção é 100% garantido. Você conhece a pessoa no dia-a-dia. Não ia segurá-lo só pelo programa. Se o negócio que abrir agora não der certo, fecho depois de um ano, tempo obrigatório do contrato", diz.
Dono de uma das maiores agências de publicidade do país, Justus quer continuar na TV, mas nega a idéia de um "talk show". "Quero algo diferente. Fazer entrevistas não é." Seu futuro na TV e o do "Aprendiz" devem ser anunciados após o "Aprendiz 4".


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