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Ministro diz "ter aplausos" à sua mulher, que buscou recursos de estatais para a iniciativa
Gil e Flora inauguram projeto na Rocinha
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Cultura, Gilberto
Gil, defendeu a atuação de sua
mulher, a produtora cultural Flora Gil, que solicitou às estatais Petrobras e Banco do Brasil recursos financeiros para a Casa de
Cultura da Rocinha, inaugurada
ontem, com a presença dos dois.
O ministro disse que não vê
problema ético no fato de sua
mulher tentar arrecadar recursos
de estatais para um projeto social: "Trabalhei com dona Ruth
no Comunidade Solidária e ela ia
buscar recursos onde eles estivessem. Eu só a aplaudia quando
fazia isso e agora aplaudo a Flora.
Acho muito bom".
De acordo com o ministro, a
atuação de Flora foi apenas em
benefício da comunidade da Rocinha: "O que ela fez foi uma coisa que eu só tenho aplausos, que
foi se dedicar para fazer isso, arrumar os recursos e articular a
comunidade. Ela sai daqui deixando isso com a comunidade".
Segundo Flora Gil, os recursos
que viabilizaram a casa vieram
da Unesco, da Embratel e da Petrobras. O imóvel foi tombado
pela Prefeitura do Rio por ser
uma das primeiras habitações da
Rocinha, construída nos anos 20.
Flora reafirmou que não está
ganhando nada com o projeto.
Segundo ela, o presidente Lula já
lhe tinha advertido que, quando
Gil assumisse o MinC, ela não
poderia mais apresentar projetos
que envolvessem recursos do ministério. "Achei corretíssimo",
disse ela.
No discurso de inauguração, o
ministro chorou ao discursar
sobre a importância que o local
terá para os moradores da Rocinha. Afirmou ainda que busca
recursos com a Petrobras e outras duas empresas -cujos nomes não citou- para iniciar em
50 comunidades carentes do
Brasil bases de apoio à cultura,
que ofereceriam cursos e capacitariam lideranças culturais. O
projeto custaria R$ 70 milhões,
segundo ele.
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