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São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2003

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Ministro diz "ter aplausos" à sua mulher, que buscou recursos de estatais para a iniciativa

Gil e Flora inauguram projeto na Rocinha

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, defendeu a atuação de sua mulher, a produtora cultural Flora Gil, que solicitou às estatais Petrobras e Banco do Brasil recursos financeiros para a Casa de Cultura da Rocinha, inaugurada ontem, com a presença dos dois.
O ministro disse que não vê problema ético no fato de sua mulher tentar arrecadar recursos de estatais para um projeto social: "Trabalhei com dona Ruth no Comunidade Solidária e ela ia buscar recursos onde eles estivessem. Eu só a aplaudia quando fazia isso e agora aplaudo a Flora. Acho muito bom".
De acordo com o ministro, a atuação de Flora foi apenas em benefício da comunidade da Rocinha: "O que ela fez foi uma coisa que eu só tenho aplausos, que foi se dedicar para fazer isso, arrumar os recursos e articular a comunidade. Ela sai daqui deixando isso com a comunidade".
Segundo Flora Gil, os recursos que viabilizaram a casa vieram da Unesco, da Embratel e da Petrobras. O imóvel foi tombado pela Prefeitura do Rio por ser uma das primeiras habitações da Rocinha, construída nos anos 20.
Flora reafirmou que não está ganhando nada com o projeto. Segundo ela, o presidente Lula já lhe tinha advertido que, quando Gil assumisse o MinC, ela não poderia mais apresentar projetos que envolvessem recursos do ministério. "Achei corretíssimo", disse ela.
No discurso de inauguração, o ministro chorou ao discursar sobre a importância que o local terá para os moradores da Rocinha. Afirmou ainda que busca recursos com a Petrobras e outras duas empresas -cujos nomes não citou- para iniciar em 50 comunidades carentes do Brasil bases de apoio à cultura, que ofereceriam cursos e capacitariam lideranças culturais. O projeto custaria R$ 70 milhões, segundo ele.


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