São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2005

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CINEMA/"O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS"

Filme mostra grupo que busca o sentido da vida após destruição da Terra

Fantasia explora universo e lógica surreais

Divulgação
A partir da esq., Warwick Davis (como o robô Marvin), Martin Freeman e Mos Def, em cena do filme


PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK

A Terra foi destruída, e apenas um ser humano parece ter escapado do fim do planeta, perdido no vasto espaço. Qual a melhor estratégia para sobreviver?
Pelas regras de "O Guia do Mochileiro das Galáxias", filme que estréia hoje no Brasil, uma toalha pendurada no pescoço e um único livro, na verdade, um guia.
Baseado na obra de ficção científica do inglês Douglas Adams, o "Guia do Mochileiro..." conta a história do britânico Arthur Dent (interpretado por Martin Freeman), que acabou salvo da explosão do planeta por seu amigo de pub, Ford Prefect (Mos Def), um alienígena que vivia na Terra e decidiu levá-lo junto quando soube que tudo ia ser destruído. Antes de partir, ainda tomam todas as cervejas que conseguem.
Os dois personagens, ao lado de outros dois companheiros de viagem, embarcam num passeio pelo universo em busca da resposta para o sentido da vida. Mas, assim como uma toalha e um guia não parecem ser as melhores armas num ambiente inóspito, quase nada parece seguir uma lógica convencional.

Monty Python
O criador do "Guia", Adams, chegou a escrever quadros para o programa de televisão do grupo cômico inglês Monty Python. Um dos melhores personagens do filme, por exemplo, é um robô depressivo, que vive numa nave em que tudo é feito para alegrar seus tripulantes.
Além do amigo alienígena, em seu impecável terno branco, acompanham Dent na viagem o presidente meio doido da galáxia, Zaphod Beeblebrox (Sam Rockwell), e Trillian (Zooey Deschanel), uma garota da Terra que estava disposta a "dar umas voltas" e também acabou salva.
O guia do mochileiro das galáxias, que Prefect apresenta a Dent logo que os dois se salvam, é um livro com conselhos para todas as situações que se podem enfrentar no universo, uma espécie de "Lonely Planet" intergaláctico.
Na capa, a legenda dá a principal dica: "Don't panic!" (Não entre em pânico!).
Os perigos, mesmo os mais reais, trazem sempre embutida a lógica da obra de Adams, que permeia o filme. A técnica de tortura mais temida de alguns dos adversários do grupo, os Vogons -responsáveis por toda a burocracia do universo-, é a sua péssima poesia.
A seqüência preferida do diretor, do roteirista e dos atores é a de uma baleia que cai do céu durante quase um minuto em meio a uma crise existencial.
A cena representa "o coração e a alma deste filme", como disse o roteirista Karey Kirkpatrick. "Imaginei que fossem cortar", disse o diretor, o estreante Garth Jennings.
O filme tem ainda pequena participação do ator John Malkovitch, que interpreta uma das mais estranhas figuras que surgem na história.

Origem
O "Guia" tem uma legião de fãs, especialmente no Reino Unido, onde começou em 1978 como uma série de rádio da BBC, e depois ganhou versões em livros, videogame e quadrinhos. No Brasil, o livro foi lançado pela Brasiliense e ganhou reedição no ano passado pela Sextante.
Quase 30 anos depois -e quatro após a morte de seu criador, Adams, aos 49 anos-, o filme chegou às telas. Nos EUA, o longa foi o mais assistido no final de semana de sua estréia, com bilheteria de US$ 21,7 milhões (cerca de R$ 52,7 milhões).


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