São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"A CASA DE CERA"

Terror junta clichês a rostos bonitos

DA REPORTAGEM LOCAL

Primeiro os esclarecimentos: "A Casa de Cera" não é o filme "da" Paris Hilton. A patricinha faz um papel secundário interpretando ela mesma, com direito a cenas em lingerie vermelha, flagrantes de sexo "acidentais" e uma meia dúzia de falas sonsas no roteiro. Em suma, Paris Hilton é puro marketing.
"A Casa de Cera", no entanto, é um filme que sabe andar com as próprias pernas -ainda que, como remake da obra homônima de 1953, não vá muito longe.
Junta todos os clichês de um terror autêntico (?) a uma nova leva de rostinhos jovens quase famosos de Hollywood e se põe a fazer o que os cânones do gênero vêm reproduzindo década após década: eliminar um a um os personagens, até que só restem o mocinho, a mocinha e o(s) vilão(ões).
Lá estão nossos adolescentes afoitos, mimados, cheios de vida e carentes de massa encefálica à espera de um maluco -preferencialmente com uma arma de metal afiada- que faça "justiça" à inteligência do público. Que, afinal, só está ali para ver sangue.
Pois, em "A Casa de Cera", os encarregados do trabalho sujo são os irmãos Bo e Vincent Sinclair (ambos interpretados por Brian van Holt), proprietários de um posto de gasolina e de um perturbador museu de bonecos de cera na pequenina Ambrose -cidade vizinha ao acampamento onde, por uma razão qualquer, os adolescentes decidem pernoitar.
Desnecessário dizer que os dois lados da moeda (os bons e os maus) irão se encontrar e que o clímax da ação se dá no tal museu, onde as esculturas parecem impressionantemente "vivas".
Apontar para a previsibilidade da trama é inútil, já que "A Casa..." não é um suspense, mas um terror, previsível por essência. Também dos atores não é necessário exigir muito -ainda que Elisha Cuthbert, a protagonista, esbanje simpatia. Como bem sabem os fãs de Jason Vorhees, o melhor desses filmes é o prato final. Dos atores espera-se que, como meros bonecos de cera, conduzam o espectador até o clímax, quando a casa realmente cai. Ou, no caso, derrete. (DIEGO ASSIS)


A Casa de Cera
House of Wax
  
Direção: Jaume Collet-Serra
Produção: EUA/Austrália, 2005
Com: Elisha Cuthbert, Jared Padalecki
Quando: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Shopping D e circuito


Texto Anterior: Crítica: Longa busca alternativas formas do ver
Próximo Texto: "A Selva": Filme cria Amazônia para europeu ver e lembra "Pantanal"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.