São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2005

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Parte da programação será paga a partir de 10 de junho; Fiesp diz que a medida visa a "diversificar o público"

Teatro do Sesi passará a cobrar ingressos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Teatro Popular do Sesi, que apresenta espetáculos teatrais e musicais gratuitamente em São Paulo, passará a cobrar ingresso para parte de suas sessões a partir do dia 10 de junho.
Nas peças às sextas e sábados e nas "Terças Musicais", projeto que reúne artistas de música brasileira, o valor da entrada será de R$ 15 -estudantes, professores da rede pública, aposentados, idosos e beneficiários do sistema Fiesp pagarão R$ 7. As demais sessões permanecerão gratuitas.
O teatro, que existe há 42 anos e tem sede na avenida Paulista desde 1978, nunca cobrou ingressos.
O valor arrecadado não será, prioritariamente, revertido para as atividades culturais do Sesi, mas para pagar os serviços da Ticketmaster, empresa que organizará a venda de ingressos. Até o momento, a média de público que freqüenta a casa nas quatro sessões de sábado e domingo é de 1.800 pessoas. A direção da instituição não espera um grande saldo remanescente, que poderia ser revertido aos eventos.
Segundo a Fiesp, a medida foi tomada para diversificar o público que vai ao teatro, que normalmente tem de enfrentar filas de mais de duas horas para conseguir os ingressos gratuitos. Evelyne Lorenzetti, assessora da instituição, afirma que isso impedia a presença de pessoas de fora da cidade e, sobretudo, dos idosos, "que muitas vezes não têm disponibilidade física para suportar as longas filas".
Além deles, também têm acesso dificultado ao teatro as pessoas que trabalham até tarde, pois os ingressos costumam esgotar-se rapidamente. "Agora, esse público terá a possibilidade de adquirir ingressos por telefone, pela internet ou na própria bilheteria", diz.
O público mais freqüente até o momento, acostumado à fila, conta com uma grande presença de estudantes. Nas peças teatrais, eles são 32% dos freqüentadores, sendo 63% do total com idade entre 16 e 30 anos. A renda familiar total de 53% das platéias é de até seis salários mínimos.
Esse público havia se habituado a transformar a espera em um momento para descontração, levando violões ou promovendo saraus no local. Segundo Lorenzetti, esses jovens continuarão podendo freqüentar o Teatro Popular mesmo sem pagar, uma vez que as outras sessões permanecerão gratuitas.
Para as peças, há, de fato, opções de sessão não paga às quartas, quintas e domingos. Para as "Terças Musicais", no entanto, todas as sessões cobrarão ingressos.
Lorenzetti afirma que a direção do Sesi chegou a cogitar cobrar por apenas algumas dessas sessões, intercalando entre "Terças Musicais" pagas e não pagas. Entretanto, a aleatoriedade que enfrentariam ao definir com quais convidados o ingresso seria cobrado impediu a medida.


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