São Paulo, domingo, 03 de junho de 2007

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Lynch filma com modelo brasileira

A top Raquel Zimmermann é a estrela de uma publicidade dirigida pelo cineasta

Considerada a brasileira mais hype do mercado mundial, a gaúcha deve participar do Fashion Rio, que começa hoje

Divulgação/Ten Models
A top brasileira Raquel Zimmermann em imagem de campanha publicitária da grife Escada


VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Gisele Bündchen é a brasileira mais poderosa do planeta, mas, no circuito das passarelas internacionais, quem domina as atenções das maiores grifes de luxo do mercado é a top gaúcha Raquel Zimmermann, 24.
No respeitado ranking de tops do site Models.com, Raquel é a segunda colocada, perdendo apenas para a australiana Gemma Ward. Na crista do hype, a loira de olhos azuis e 1,79 m de altura desfila para grifes como Prada, Dior, Balenciaga e Chanel, e coleciona convites para campanhas publicitárias: em seu mais recente filme comercial (o nome da marca não pode ser revelado, por questões contratuais) foi dirigida por ninguém menos que o cineasta David Lynch.
Raquel tem uma participação especial prevista para o desfile da Animale, no Fashion Rio, que começa hoje. De Nova York, falou à Folha sobre sua carreira e sobre a experiência de ser dirigida por Lynch. Confira a seguir.

 

FOLHA - Como é o filme que você fez com David Lynch?
RAQUEL ZIMMERMANN
- Imagine detalhes arquitetônicos de um prédio incrível em Paris. Quartos foram criados exclusivamente para a filmagem. Eu trabalhei diretamente com David Lynch. Ele segurava uma câmera, e um fotógrafo, outra. Ele me explicou pessoalmente o tipo de emoção que ele gostaria que eu transmitisse para a câmera. Foi ótimo, a melhor experiência profissional que tive!

FOLHA - Como você o descreveria?
RAQUEL
- Ele é uma pessoa única e com uma visão de mundo que se manifesta no seus filmes de um jeito excêntrico. Como pessoa, é calmo e simpático.

FOLHA - Vocês chegaram a conversar sobre outras coisas, mantiveram contato depois disso? Você gostaria de fazer cinema?
RAQUEL
- Nas horas livres, tive a chance de conversar com ele sobre a sua fundação The David Lynch Foundation for Consciousness-based Education and World Peace (fundação David Lynch para a educação consciente e paz mundial), onde eles promovem o uso de meditação transcendental em escolas do mundo inteiro, incluindo o Brasil.

FOLHA - Por que você acha que se tornou uma das dez modelos mais destacadas no momento?
RAQUEL
- Muitas pessoas do meio da moda me dizem que o meu diferencial não está na minha aparência, mas sim na maneira como eu trabalho.

FOLHA - Em que as modelos brasileiras se distinguem das modelos de outros países?
RAQUEL
- Acho que é o jeito de se movimentar. As brasileiras têm uma maneira única de andar e são carismáticas.

FOLHA - A era Gisele já passou?
RAQUEL
- A Gisele esteve, está e sempre estará em vigência porque ela é única.

FOLHA - Qual foi o maior mico que você pagou no início de carreira?
RAQUEL
- Na primeira vez que trabalhei com Steven Meisel, eu quase não falava inglês e, por isso, não entendia o que ele estava falando. Foi o maior mico!

FOLHA - O que você mudaria no mundo da moda?
RAQUEL
- Colocaria só modelos nas capas de revistas de moda, não atrizes...

FOLHA - Você acha que o mundo da moda é alienado?
RAQUEL
- Não acho que é um mundo alienado, é um universo que trata de coisas diferentes e por isso não discute temas políticos o tempo todo. Mas cada um deve ter uma opinião a respeito dos problemas concretos.


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