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CINE CEARÁ
Longa compete na Mostra Internacional dos Novos Talentos
"Ópera-documentário' recria sociedade em "Exílio em Sarajevo'
da enviada especial a Fortaleza
Um desfile de moda se alia ao depoimento de uma garota de oito
anos sobre a sobrevivência durante a guerra da Bósnia em "Exílio
em Sarajevo", longa -definido
como "ópera-documentário"
pelo diretor Tahir Cambis- apresentado ontem no 8º Cine Ceará.
Co-dirigido por Alma Sahbaz,
habitante de Sarajevo escolhida
pelo cineasta, o filme retrata a dinâmica da sociedade local na
guerra. "Queria filmar Sarajevo
do jeito que era, com as coisas
funcionando", disse o diretor.
Nascido na Alemanha, criado na
Austrália e descendente de bósnios, Cambis, 41, também protagoniza a trama, ao lado de Sahbaz.
"Tentei sair da frieza do documentário, que mantém distância
dos fatos."
A narrativa alia imagens e depoimentos captados na cidade a uma
trama ficcional e composições de
Andrew Lloyd Weber.
Classificado por Cambis como
"um retrato histórico de uma civilização de 40 culturas diferentes
e de famílias que tentam se manter
unidas", "Exílio em Sarajevo"
faz referência, em seu título, à
companhia teatral Exílio, que o cineasta dirige na Austrália.
"Lido sempre com questões de
humanidade. Em guerra, você enfrenta situações em que são necessárias extrema coragem e extrema
dor. Procuro essas situações."
O longa, rodado em oito meses,
foi apresentado no Canadá, Estados Unidos e Austrália.
"Não tinha interesse na Bósnia,
mas, quando vi imagens da guerra
e os EUA fazendo de conta que nada estava acontecendo, fiquei chocado e quis mostrar minha visão
da cidade. O irônico é que depois a
CNN exibiu o filme."
Hoje, dentro da Mostra Internacional dos Novos Talentos, que inclui apenas longas-metragens, será exibido "Bogwoman", do diretor irlandês Tom Collins.
A Mostra Nacional de Curta e
Média-Metragem em Cinema e
Vídeo apresentará o vídeo carioca
"Com o Oceano Inteiro para Nadar", de Karen Herley, o cearense
"Jeca Tatu", de Chico Terra, e os
filmes "Alex", de Mauro Baptista, rodado em São Paulo, o cearense "O Nordestino e o Toque de
Sua Lamparina", de Ítalo Maia, e
o pernambucano "Clandestina
Felicidade", de Beto Normal e
Marcelo Gomes.
(DENISE MOTA)
A jornalista
Denise Mota viaja a convite do festival
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