São Paulo, terça-feira, 03 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Marina de la Riva aproxima Cuba e MPB

Cantora lança CD com pérolas do cancioneiro da ilha e clássicos brasileiros e se apresenta no Bourbon Street

CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Figurões da MPB, como Chico Buarque, Caetano Veloso ou Ivan Lins, já tentaram aproximar a música cubana do público brasileiro, em décadas passadas. Se esses artistas buscaram transmitir aos fãs uma admiração pessoal por outra cultura musical, o caso da cantora Marina de la Riva é mais pessoal ainda.
"Estou fazendo o que meu coração manda. Tenho certeza de que existe um caminho para tudo o que é feito com verdade", diz a brasileira de ascendência cubana, que acaba de lançar um álbum com pérolas do cancioneiro da ilha e alguns clássicos da música brasileira. Ela se apresenta hoje e dia 7/8, no paulistano Bourbon Street.
Com participações de Chico Buarque e do guitarrista Davi Moraes, o CD "Marina de la Riva" (Mousike/Universal) marca a saborosa estréia fonográfica dessa cantora de voz suave. Suas versões de canções cubanas, como "Juramento" (Miguel Matamoros) ou "Drume Negrita" (Ernesto Grenet), soam bem mais próximas da elegância discreta da bossa nova do que da dramaticidade dos boleros tradicionais.
"Quando comecei esse projeto, algumas pessoas me chamaram de louca porque eu queria gravar um disco de música cubana, cantado em espanhol, morando no Brasil", ela conta, observando que a música latina ainda é encarada com preconceito por aqui.

Novela mexicana
"Com todo respeito aos mexicanos, ficamos com uma imagem torta dos boleros por causa das novelas mexicanas. Nos anos 50 e 60 se ouvia muita música cubana no Brasil, mas essa tradição se perdeu", comenta a cantora, que nasceu no interior do Estado do Rio de Janeiro e cresceu na Bahia.
Uma das faixas mais originais do CD, que foi gravado em Cuba e no Brasil, é a que une o baião "Adeus, Maria Fulô" (Humberto Teixeira e Sivuca) à habanera "La Mulata Chancletera" (Ernesto Lecuona e Galarraga). Já o samba "Sonho Meu" (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho) aparece colorido pelo característico ritmo da clave cubana.
"Essas duas culturas se encontram na alegria. Os cubanos, assim como os brasileiros, são muito alegres", compara Marina, que vê no romantismo desses povos outro traço em comum. "Somos latinos. A gente morre de amor, mas depois nasce de novo."

MARINA DE LA RIVA


Quando: hoje e dia 7/8, às 22h30
Onde: Bourbon Street (r. dos Chanés, 127, Moema, tel. 0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 25 (couvert artístico)



Texto Anterior: Crítica/música: Tarantino se destaca em pacote de trilhas sonoras de filmes
Próximo Texto: Crítica/tributo: Lendário Bola de Nieve recebe homenagem delicada
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.