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Marina de la Riva aproxima Cuba e MPB
Cantora lança CD com pérolas do cancioneiro da ilha e clássicos brasileiros e se apresenta no Bourbon Street
CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Figurões da MPB, como Chico Buarque, Caetano Veloso ou
Ivan Lins, já tentaram aproximar a música cubana do público brasileiro, em décadas passadas. Se esses artistas buscaram transmitir aos fãs uma admiração pessoal por outra cultura musical, o caso da cantora
Marina de la Riva é mais pessoal ainda.
"Estou fazendo o que meu
coração manda. Tenho certeza
de que existe um caminho para
tudo o que é feito com verdade", diz a brasileira de ascendência cubana, que acaba de
lançar um álbum com pérolas
do cancioneiro da ilha e alguns
clássicos da música brasileira.
Ela se apresenta hoje e dia 7/8,
no paulistano Bourbon Street.
Com participações de Chico
Buarque e do guitarrista Davi
Moraes, o CD "Marina de la Riva" (Mousike/Universal) marca a saborosa estréia fonográfica dessa cantora de voz suave.
Suas versões de canções cubanas, como "Juramento" (Miguel Matamoros) ou "Drume
Negrita" (Ernesto Grenet),
soam bem mais próximas da
elegância discreta da bossa nova do que da dramaticidade dos
boleros tradicionais.
"Quando comecei esse projeto, algumas pessoas me chamaram de louca porque eu queria
gravar um disco de música cubana, cantado em espanhol,
morando no Brasil", ela conta,
observando que a música latina
ainda é encarada com preconceito por aqui.
Novela mexicana
"Com todo respeito aos mexicanos, ficamos com uma imagem torta dos boleros por causa
das novelas mexicanas. Nos
anos 50 e 60 se ouvia muita
música cubana no Brasil, mas
essa tradição se perdeu", comenta a cantora, que nasceu no
interior do Estado do Rio de Janeiro e cresceu na Bahia.
Uma das faixas mais originais do CD, que foi gravado em
Cuba e no Brasil, é a que une o
baião "Adeus, Maria Fulô"
(Humberto Teixeira e Sivuca) à
habanera "La Mulata Chancletera" (Ernesto Lecuona e Galarraga). Já o samba "Sonho
Meu" (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho) aparece colorido
pelo característico ritmo da
clave cubana.
"Essas duas culturas se encontram na alegria. Os cubanos, assim como os brasileiros,
são muito alegres", compara
Marina, que vê no romantismo
desses povos outro traço em
comum. "Somos latinos. A gente morre de amor, mas depois
nasce de novo."
MARINA DE LA RIVA
Quando: hoje e dia 7/8, às 22h30
Onde: Bourbon Street (r. dos Chanés,
127, Moema, tel. 0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 25 (couvert artístico)
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