São Paulo, domingo, 03 de julho de 2011

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"Norma me livrou do domínio de Maria de Fátima"

Glória Pires conta que aceitou o papel na novela "Insensato Coração" para fugir da vilã de "Vale Tudo"

Virada da nova personagem e maldades com algoz renderam picos de audiência à trama das 21h da Globo

VITOR MORENO
DE SÃO PAULO

A vingança veio a cavalo para Norma (Glória Pires), a mocinha cada vez mais vilã de "Insensato Coração".
Na novela das 21h da Globo, ela foi enganada, humilhada e até presa por um crime que não cometeu, mas, nesta semana, finalmente pôde dar o troco.
Confrontou seu algoz, Léo (Gabriel Braga Nunes), que manteve em cativeiro, obrigando-o a comer do chão, o que levou a novela a recordes de audiência: na quarta, marcou 43 pontos (cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande São Paulo).
"Não a julgo vilã nem justiceira", contou a atriz de 47 anos à Folha. "Considero-a uma personagem humana dentro de uma novela."
As maldades devem continuar. "Norma e Léo vão se alternar nos papéis de caça e caçador", diz Ricardo Linhares, um dos autores.
Glória descarta, porém, que os dois ainda possam ficar juntos. "Romanticamente, acho impossível. São universos diferentes. Nunca vai haver um encontro verdadeiro de amor."
A atriz diz perceber reações muito variadas na rua, mas que é quase unânime o apoio às maldades da personagem.
"Ninguém está nem lembrando que ela matou a Araci [presidiária vivida por Cristiana Oliveira], que ela botou a toalha molhada no Teodoro [marido de Norma, vivido por Tarcísio Meira, que morreu de pneumonia]... Só querem saber quando ela vai pegar o Léo."
"Norma está fazendo justiça com as próprias mãos, o que é condenável", resume Linhares. "Mas, hoje, a moral do público é elástica."
A virada da personagem, que no começo não tinha nenhuma vaidade, diz Gloria, era não só programada na sinopse da novela como muito aguardada por ela.
"Não aguentava mais aparecer horrorosa daquele jeito", ri. "É um teste de humildade, ainda mais com essa TV LED e esse HD infernal."
Apesar das queixas, ela diz que não é vaidosa. "Se eu fosse, nem aceitaria fazer esse tipo de figura que fica 60 capítulos "o cão chupando manga'", brinca.

VALE TUDO
O convite para viver Norma bateu, literalmente, à porta de Glória. Ela estava morando em Paris, em 2008, quando o coautor Gilberto Braga foi até lá convidá-la.
"O papel foi criado para ela", diz Braga, sem conseguir citar outra pessoa que poderia fazer a personagem. "Felizmente não preciso."
A atriz sentiu que poderia repetir com o autor uma dobradinha que deu certo em "Vale Tudo" (1988), cuja reprise termina nesta semana no canal pago Viva, e em outras cinco novelas.
"Já gostei pela proposta de fazer uma mulher que nos livraria do domínio de Maria de Fátima", diz, referindo-se à ardilosa garota que viveu em "Vale Tudo".
"É uma novela que, reprisada agora, revelou o quanto foi especial. Ficou intacta."
Entre as duas, Glória consegue elencar semelhanças.
"No momento em que a Norma sai da cadeia e começa a buscar a forma como vai chegar ao Léo, ela fica bem parecida com a Maria de Fátima. Acho que é o estilo Gilberto. É o estilo que ele tem de realizar essas proezas."


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